Das edições 08 a 14 de Captain America volume 5 – com direito à interlúdio em realidade alternativa na edição #10, ligado à saga “Dinastia M” – há um arco que não come na cartilha da Marvel atual.
Tudo é revelado fácil, fácil e tudo funciona muito bem.
Sim, o Soldado Invernal é Bucky! Ele foi resgatado em 1945 por Karpov – também responsável por salvar Lukin ainda criança.
Usando técnicas de lavagem cerebral, Karpov o torna o “Codinome Soldado Invernal”, utilizando o jovem para cometer assassinatos chaves durante o período da Guerra Fria e colocando-o em êxtase ao final de cada missão.
Lukin, com medo da influência do cubo cósmico – que ele utilizou para adquirir várias empresas de tecnologia – envia o Soldado para enterrá-lo em uma casamata abandonada.
O Capitão que recebeu o dossiê completo do Soldado Invernal – enviado pelo Cubo Cósmico – se alia à Homem de Ferro e Falcão, mas o vingador dourado não pode prosseguir sob risco de parecer uma tentativa de destruir uma empresa rival.
Steve teme que Sharon Carter queira vingança do Soldado pelos últimos eventos do arco anterior – ele explodiu uma bomba atômica de pequeno porte dentro dos EUA e matou o namorado que Sharon tinha antes de iniciar esta série!
Ainda assim, ele, ela e Falcão – repetindo um trio famoso dos anos 1.970, mas com uma roupagem super atual – invadem a base, confrontam o Soldado Invernal e o Capitão usa o cubo para fazer Bucky lembrar-se de quem é!
Como é uma série de Ed Brubacker as coisas não devem ser felizes. Bucky revoltado com seus atos destrói o cubo e desaparece novamente! O trio pensa que ele morreu e ele surge na antiga base do exército onde conheceu o Capitão!
Existe uma piada recorrente nos quadrinhos que diz que o mundo irá (iria, talvez) acabar quando Bucky e Tio Ben retornarem. Às vezes colocamos outros personagens (os pais de Bruce, Gwen Stacy... ), mas realmente só resta hoje o Tio Ben e os pais de Bruce.
Bucky voltou e [e o mundo não acabou, assim] o que deveria ser uma banalidade sem tamanho tornou-se uma das melhores histórias em seqüência da Marvel.
Fica claro – claríssimo – que nada terminou ali, que estivemos vendo apenas a preparação para algo maior.
No quesito ação a história funciona, no quesito espionagem também e também no quesito deus ex-machina onde o cubo resolveria tudo!
Não resolveu!
O cubo é uma máquina infernal, podre. Contagia com seu toque todos que alcança. De certo modo impede que seus próprios possuidores tenham sucesso e isto não foi diferente com o Capitão no brevíssimo período em que teve o artefato.
Desfez décadas de lavagem cerebral do querido amigo, mas não ficou com ele. E além de tudo o próprio cubo forneceu a documentação para acabar com a honra do amigo. É pouco?
Com 14 edições houve dois arcos de seis partes (Tempo Esgotado e este), dois interlúdios (um sobre a vida de Jack Monroe e um cross-over com Dinastia M), e tudo continua tão intenso quanto na primeira edição.
Apesar de um dos mistérios – aparentemente – ter caído por terra o quê sustenta a série é outro tipo de tensão. Acima de tudo é a qualidade de um escritor novato que tem uma visão pessoal sobre os personagens e sabe utilizá-los para conseguir isto.
Captain America – Volume 5
1 – #01-07 – Tempo Esgotado
2 – #08-14 – O Soldado Invernal
3 – #15-17 – Rotas de Colisão
4 – #18-21 – A blitz do século vinte e um
5 – #22-24 – Os tambores de guerra
– Guerra Civil
6 – #25-30 – A morte de um sonho, ato 1
7 – #31-36 – A morte de um sonho, ato 2
8 – #37-42 – A morte de um sonho, ato 3: o homem que comprou a América
9 – #43-45 – Flecha do tempo
10 - #46-48 – Velhos amigos e inimigos
11 - #49 – A filha do tempo
#50 – Dias que se foram
Capitão América, retorno à numeração do primeiro volume
# 600 – Comemorativa de 600 números!
1 – # 601 - ??? – Sangue vermelho, branco & azul