Enquanto a
DC estava perdida com sua frustrante e redundante
Crise Infinita, a
Marvel se encarregava de criar sua própria dose de frustração para os leitores.
Guerra Civil de
Mark Millar,
Steve McNiven e
Dexter Vines é, na verdade, parte de um grande projeto que tem percorrido a editora durante os últimos cinco anos.
Na série, após um acidente, quando uma equipe de heróis adolescentes que estava produzindo um reality show e que matou cerca de 800 crianças, as opiniões dos principais heróis do Universo Marvel se dividem.
Tony Stark (o Homem de Ferro),
Reed Richards e
Hank Pym acreditam que os heróis devem tornar-se uma espécie de polícia autorizada e treinada – o quê efetivamente acontece após a série com a
Iniciativa dos 50 estados.
Já
Capitão América e alguns vigilantes urbanos como
Cage,
Demolidor,
Justiceiro,
Jovens Vingadores e outros personagens acreditam que o sistema atual é funcional, ou, certamente não concordam com a imposição e os meios violentos que o grupo do Homem de Ferro utilizou para aliciar seus membros.
Ao longo da história há momentos interessantes. Há uma luta onde o Capitão é espancado pelo Homem de Ferro e um clone-ciborgue de
Thor sem limitações morais mata o
Golias Negro – um herói menor.
Depois há todo o problema em torno do
Homem-Aranha, que, convencido pelo Homem de Ferro torna pública sua identidade, para depois mudar de lado e durante sua fuga ser espancado. As implicações de tonar pública sua identidade gerariam uma série de fatores em suas próprias séries mensais.
Há a divisão no
Quarteto Fantástico, com
Sue e
Johnny do lado do Capitão com algumas conseqüências para a série mensal, já que ela responsabiliza Reed pelo falso Thor.
No final há uma grande luta em uma fortaleza na
Zona Negativa e os heróis conseguem acionar um dispositivo de transporte junto com
Manto (da dupla Manto &
Adaga) e transformam um bairro de Nova Iorque em uma zona de guerra entre heróis e quase heróis (uma nova variação da equipe de criminosos regenerados Thunderbolts, agora somente com assassinos).
Claro que há o espaço para a luta entre o Capitão e Homem de Ferro, na verdade, um duelo de ideologias, e prestes a derrotar Stark, o Cap é atacado pela população civil. Decepcionado com a destruição provocada pelos ditos “heróis” Steve tira a máscara e se entrega.
É emitida uma anistia para todos os heróis, Stark é nomeado diretor da
SHIELD e começa a Iniciativa dos 50 estados.
Ótima série principalmente porque pode ser lida sem os incontáveis cross-overs (mais de 100!), mas carece de um motivo maior para o Capitão América não aceitar a idéia – talvez na série do personagem. Não posso realmente imaginar que o Capitão não aprovasse o treinamente e a adequação dos heróis a um sistema judicial.
Excelente oportunidade de ver uma saga longa (
sete meses) onde os heróis não lutam contra o inimigo, mas entre si, dando espaço para tudo de mal que virá a acontecer na editora.