Semana passada vi Howard Chaykin desenhando uma das histórias de Captain America #600 (aqui). Meses atrás tinha visto ele desenhando algumas histórias para o Justiceiro publicadas em Marvel Max.
Em ambos os casos vi um traço estilizado, quase caricato, bem distante daquele sujeito tão inventivo dos anos 1.980. Lembro que uma de suas séries American Flagg!, publicada pela First Comics tinha como propaganda sexo, política, bons roteiros e o fato de vender mais que Wonder Woman. As páginas eram belas de se ver e ele tinha uma característica e simpática poluição visual, com direito a profissional contratado apenas para fazer as onomatopéias de suas histórias!
Meu primeiro contato com o autor foi duas décadas atrás.
Em 1.990 eu tinha catorze anos e esteva sendo um biênio (89/91) cheio de novidades bombásticas nos quadrinhos.
A Editora Globo lançava V de Vingança, Orquídea Negra, Graphic Globo. A Abril lançava várias graphic novels e minisséries e várias editoras pequenas lançavam materiais, entre elas a Toviassú (Tudo viado é surdo) da Turma do Casseta & Planeta – que, na verdade, eram apenas os redatores do humorístico TV Pirata e de um jornal bastante popular naqueles anos de esquerda universitária politizada.
Naquela época as editoras tentavam valorizar os autores, de modo a que os quadrinhos produzidos por eles vendessem bem. Foi a mesma estratégia de divulgação que durante anos orientou a Devir Livraria, famosa livraria de importação de quadrinhos: “Ninguém compra algo que não conhece, algo que não se tem referência”.
Um dos autores valorizados foi J. Jon Muth de Moonshadow (aqui), que desapareceu do mercado mas teve espaço com a longo série de 12 números e com o lançamento da Graphic Album da Editora Abril – a história Drácula, uma sinfonia de sangue – e da minissérie – excelente, diga-se de passagem – Wolverine & Destrutor – Fusão, com roteiros do saudoso (e não morto) Walt Simonson.
Outro foi Howard Chaykin. Leitores mais antigos poderão citar outros.