Narrada pelo próprio Moonshadow já velho, a série é, por falta, de uma descrição melhor “um conto de fadas para adultos” com suas fábulas, suas lições de moral, sua certeza de mudança, seus personagens completamente malignos que possuíam uma última ponta de luz na alma – o quê se repete várias vezes na série, ninguém é completamente mau, ainda que se aproxime disto.
A história narra a jornada para o despertar de Moonshadow e dura cerca de um ano, iniciando com sua expulsão do Zôo dos GL-Doses (criaturas onipotentes, onipresentes), onde sua mãe era prisioneira. Sunflower havia sido raptada na Terra durante os anos sessenta e teve um filho com um GL-Dose. Em vários momentos da série este pai surge como um deus ex-machina para auxiliar ou atrapalhar, os planos de seu filho, Moonshadow, o gato Frodo e irascível Ira, um ser peludo com um apetite sexual insaciável, péssimos hábitos de higiene, pouco respeito pela vida alheia. Ou seja um personagem completamente apaixonante!
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Pintada por Jon John Muth (com auxílio de Kent Williams e George Pratt) a série tornou o artista o mais famoso pintor pré Alex Ross, já que além desta série ele teve também publicado “Drácula” (Série Graphic Álbum) e “Wolverine & Destrutor – Fusão” (onde pintava o Destrutor), todos trabalhos dos anos 1.980. Nas duas décadas seguintes fez pequenos trabalhos para Hellraiser (Epic Comics) e o selo Vertigo, mas lentamente saiu do meio dos quadrinhos, talvez pela existência de um artista do calibre do Alex Ross.
Escrita por JM DeMatteis (que também escreveu a seqüência “Farewell, Moonshadow”, publicada pelo selo Vertigo e ainda inédita no Brasil) que dispensa apresentações. Escritor eficiente, DeMatteis já trabalhou com todos personagens da indústria. Defensores, Capitão América, Homem-Aranha (o clássico “A última caçada de Kraven”), a cômica fase na Liga da Justiça Internacional, entre outros.
Vale a pena procurar em sebos a série, que mostra que nem guerras nem o amadurecimento podem corromper a alma de quem sonha.