[Trama]
Marco
Polo (Lorenzo Richelmy), genovês, é um jovem que não
conhece o pai em viagem desde antes do seu nascimento (e que não
tinha conhecimento da existência do rapaz) e que crê que viverá
aventuras com seu pai viajante quando este retornar. Assim que se
encontram e partem para a China, Marco é deixado por seu pai e tio
na corte do mongol Kublai Khan (Benedict Wong), o khan
dos khans, neto de Gengis Khan e fundador da Dinastia
Yuan (1271-1368).
Praticamente
vendido como uma mercadoria, já que ficou na corte enquanto seu pai
obtinha permissão para negociar no império do khan, Polo
terá que provar seu valor de diversas formas e vezes. Terá que se
provar para o vice-rei Yusuf (Amr Waked), para o
ciumento Príncipe Jingim (Remy Hii) e o ministro das
finanças Ahmad (Mahesh Jadu), apesar de conseguir um
bom relacionamento com Byamba (Uli Latukefu) um
bastardo de Kublai e a amizade verdadeira com o monge cego Hundred
Eyes (Tom Wu, preferi deixar em inglês pela conotação
que o som de “cem olhos” teria em português para um personagem
cego).
Marco
ganha confiança do khan e aparentemente sua amizade, mas é
posto em cheque em diversas ocasiões. Numa o pai retorna e
contrabandeia o bicho da seda e ele é envolvido, sendo acusado de
traição. Noutra se envolve com a “princesa azul” Kokachin
(Zhu Zhu), com quem se enamora e descobre ser uma das servas
da verdadeira Kokachin que se suicidou. Ao longo da trama a
“princesa” será prometida como segunda esposa ao Príncipe
Jingim, filho de Kublai e sua imperatriz Chabi, um jovem fraco
que deseja se provar diante do pai, por sinal o mote da temporada:
filhos que desejam provar aos pais o valor. A partir do momento em
que passa a habitar no palácio de Kublai, Marco tem treinamento
marcial com Hundred Eyes e será enviado em várias
missões de modo a agir como conselheiro e estrategista. É ele que
descobre a traição de um dos irmãos de Kublai – o quê humilha
Jingim que não conseguiu perceber a ameaça – mas falha ao fazer
um relato incorreto da muralha que circunda a sede do poder Song, a
cidade murada.
A
grande trama da temporada é a tentativa do chanceler Jia Sidao
(Chin Han) em manter a Dinastia Song no poder a todo
custo. Sidao mata embaixadores de seu próprio reino que negociam a
paz a mando da imperatriz-mãe, mata a própria e não hesita em
explorar da prostituição da irmã Mei Lin (Olivia Cheng),
primeiro como concubina do imperador Song, de quem tem uma filha e
depois concubina infiltrada no harém de Kublai Khan, a quem mataria.
[Opinião]
Escrito
e criado por John Fusco a série de dez episódios
disponibilizada em 12 de dezembro de 2.014 pelo serviço Netflix,
teve uma recepção morna e
demora a pegar. Recebeu críticas acerca de não ser empolgante. É
um fato. Tem um início confuso, como de uma história contada a
partir do segundo capítulo. Claro que há a questão de domínio
territorial e o conflito de mongóis e chineses, mas falta algo para
situar melhor o conflito entre Kublai e Sidao. A motivação é o
poder, mas não há uma apresentação adequada dos personagens. Não
fica claro a razão de tanto conflito familiar na família de Kublai,
que enfrenta o irmão em duelo e bane um primo que não aceita
marchar sob sua bandeira, depois de algumas derrotas. Novamente a
questão é o poder, mas com o irmão a trama não é dissecada
adequadamente e com o primo a história fica truncada.
O
primeiro terço da temporada é lento. As paisagens são bonitas, mas
não convence a fácil ascensão de um europeu no Império Mongol.
Ou melhor não convence a quase instantânea simpatia do khan
por ele em contrapartida da antipatia de grande parte de sua corte.
Porém
é uma temporada com dez episódios, então as coisas têm que ter
velocidade. Assim a metade final da temporada melhora bastante a
ação, os conflitos, os mistérios e tem um óbvio, mas bem
explorado gancho para a segunda temporada, confirmada em pelo serviço
em um anúncio em 7 de janeiro de 2015.