Marco Polo (Netflix, 2014)

[Trama]
Marco Polo (Lorenzo Richelmy), genovês, é um jovem que não conhece o pai em viagem desde antes do seu nascimento (e que não tinha conhecimento da existência do rapaz) e que crê que viverá aventuras com seu pai viajante quando este retornar. Assim que se encontram e partem para a China, Marco é deixado por seu pai e tio na corte do mongol Kublai Khan (Benedict Wong), o khan dos khans, neto de Gengis Khan e fundador da Dinastia Yuan (1271-1368).

Praticamente vendido como uma mercadoria, já que ficou na corte enquanto seu pai obtinha permissão para negociar no império do khan, Polo terá que provar seu valor de diversas formas e vezes. Terá que se provar para o vice-rei Yusuf (Amr Waked), para o ciumento Príncipe Jingim (Remy Hii) e o ministro das finanças Ahmad (Mahesh Jadu), apesar de conseguir um bom relacionamento com Byamba (Uli Latukefu) um bastardo de Kublai e a amizade verdadeira com o monge cego Hundred Eyes (Tom Wu, preferi deixar em inglês pela conotação que o som de “cem olhos” teria em português para um personagem cego).

Marco ganha confiança do khan e aparentemente sua amizade, mas é posto em cheque em diversas ocasiões. Numa o pai retorna e contrabandeia o bicho da seda e ele é envolvido, sendo acusado de traição. Noutra se envolve com a “princesa azul” Kokachin (Zhu Zhu), com quem se enamora e descobre ser uma das servas da verdadeira Kokachin que se suicidou. Ao longo da trama a “princesa” será prometida como segunda esposa ao Príncipe Jingim, filho de Kublai e sua imperatriz Chabi, um jovem fraco que deseja se provar diante do pai, por sinal o mote da temporada: filhos que desejam provar aos pais o valor. A partir do momento em que passa a habitar no palácio de Kublai, Marco tem treinamento marcial com Hundred Eyes e será enviado em várias missões de modo a agir como conselheiro e estrategista. É ele que descobre a traição de um dos irmãos de Kublai – o quê humilha Jingim que não conseguiu perceber a ameaça – mas falha ao fazer um relato incorreto da muralha que circunda a sede do poder Song, a cidade murada.

A grande trama da temporada é a tentativa do chanceler Jia Sidao (Chin Han) em manter a Dinastia Song no poder a todo custo. Sidao mata embaixadores de seu próprio reino que negociam a paz a mando da imperatriz-mãe, mata a própria e não hesita em explorar da prostituição da irmã Mei Lin (Olivia Cheng), primeiro como concubina do imperador Song, de quem tem uma filha e depois concubina infiltrada no harém de Kublai Khan, a quem mataria.

[Opinião]
Escrito e criado por John Fusco a série de dez episódios disponibilizada em 12 de dezembro de 2.014 pelo serviço Netflix, teve uma recepção morna e demora a pegar. Recebeu críticas acerca de não ser empolgante. É um fato. Tem um início confuso, como de uma história contada a partir do segundo capítulo. Claro que há a questão de domínio territorial e o conflito de mongóis e chineses, mas falta algo para situar melhor o conflito entre Kublai e Sidao. A motivação é o poder, mas não há uma apresentação adequada dos personagens. Não fica claro a razão de tanto conflito familiar na família de Kublai, que enfrenta o irmão em duelo e bane um primo que não aceita marchar sob sua bandeira, depois de algumas derrotas. Novamente a questão é o poder, mas com o irmão a trama não é dissecada adequadamente e com o primo a história fica truncada.

O primeiro terço da temporada é lento. As paisagens são bonitas, mas não convence a fácil ascensão de um europeu no Império Mongol. Ou melhor não convence a quase instantânea simpatia do khan por ele em contrapartida da antipatia de grande parte de sua corte.


Porém é uma temporada com dez episódios, então as coisas têm que ter velocidade. Assim a metade final da temporada melhora bastante a ação, os conflitos, os mistérios e tem um óbvio, mas bem explorado gancho para a segunda temporada, confirmada em pelo serviço em um anúncio em 7 de janeiro de 2015.