[Trama]
Genly
Ai, embaixador de uma organização que agrega vários planetas,
chamada Ekumênico, chega a Gethen, conhecido como
Inverno, e encontra um mundo dividido em nações onde se
destaca uma monarquia (Karhide) e uma suposta nação
tecnológica (Orgotta), mas que se revela um regime comunista
com direito a emprego para nada fazer fornecido pelo Estado, censura
prévia e prisões em ermos gélidos.
Incapaz
(como eu) de entender as nuances daquele mundo, onde seus habitantes
possuem ambos os sexos e a fisionomia andrógina, Ginly Ai é tratado
como aberração e mentiroso em ambas as nações. A trama
basicamente é sobre o estranho de uma sociedade sem sexo e sem
papéis pré-definidos e sua fuga para chamar seus companheiros que
aguardam no espaço. Desconfiado da ambiguidade levemente feminina de
Estraven, que desde sua chegada em Karhide passou a ser seu
interlocutor com o rei, Ai teme uma traição. Foge e se percebe em
uma situação ainda pior.
Sentido-se
culpado do destino de Ginly Estraven decide resgatá-lo para permitir
que convoque seus companheiros. Como subplot parte da história
das tradições de Gethen e parte da história de Estraven.
[Opinião]
Mais
longo do quê acredito ser necessário, A mão esquerda da
escuridão daria um excelente conto ou novelletta. No
formato em que ficou, se entende tediosamente na fuga dos personagens
principais e sua luta para enfrentar uma região gélida.
Ganhador
do Hugo e Nebula como melhor romance (1969 e 1970,
respectivamente), em 1987 a revista de ficção científica Locus
o ranqueou como o segundo melhor romance de sci-fi
de todos os tempos.
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Então,
apesar de um cenário bastante interessante no que se refere às
pessoas, mas pouco desenvolvido na questão do clima, não consegui
manter-me entusiasmado no trabalho tão elogiado.
A
mão esquerda da escuridão, Ursula K. Le Guin, tradução
de Susana L. de Alexandria. Aleph, 2014, 2ª edição.
ISBN 978-85-7657-184-1.