Aqui
o personagem sofreu bastante quando a Abril, detentora dos
direitos de publicação da DC Comics saltou mais de quarto anos de
produção entre o início da fase de Jamie Delano e o início
da fase de Garth Ennis, bastante emblemática para o
personagens.
As
editoras que adquiriram os direitos do personagem se sentiram no
direito de continuarem a publicar fases saltadas do personagem e
somente na Pixel e posteriormente na Panini, as histórias
passaram a serem publicadas em ordem cronológica.
Este
início, chamado PECADOS ORIGINAIS é um dos melhores arcos do
personagem e traz a dupla Jamie Delano e John Ridgway trazendo
os horrores daquela cena inglesa: um pouco de yuppie, um tantinho de
hippies e drogas para abrir a percepção, outro tanto de demônios,
cruzadas evangélicas e envolvimento do mal na política – bem
sutil, mas presente.
Em
Fome (#1-2), John tem que auxiliar um amigo que aprisionou o
espírito (ou demônio?) da fome, com graves consequências. Depois,
durante as eleições inglesas conhecemos os demônios que negociam
almas. Em seguida, Constantine conhece a misteriosa grafiteira Zed,
que lhe auxilia na solução do sequestro de sua sobrinha, Gemma
Masters e terá grande participação no volume seguinte.
Sutilmente Delano toca no assunto das pessoas sem fé verdadeira que
se aliam a grupos evangélicos apenas em busca de conforto
financeiro; algo que não conseguiam em uma economia em recessão.
Para
concluir, no coração da América orações trazem de volta filhos
que partiram para a guerra com resultados terríveis.
Estava
estabelecido o conflito místico que levaria ao volume seguinte e a
sensação honesta de horror moderno e real provocado pela arte
adequada para o quê se propunha a série de Ridgway – que teve
breve passagem na série HELLRAISER.
Vale
cada centavo e funciona em perfeita harmonia com os dois volumes seguintes,
ainda que se praticamente auto concluso.