A
série que originalmente foi publicada em 19 edições e um anual,
passava à margem do Universo Marvel, já que Jack Kirby
nunca quis a fusão entre os universos. Os agentes da SHIELD
na edição 6 são uma exceção à regra, e certamente a presença
do Incrível Hulk nas edições 14 e 15 era uma tentativa de
aproximação, assim como uma brincadeira com o Coisa. Mas o
Hulk era apenas um robô e o Coisa uma pessoa que teve os átomos
alterados por Sersi. Anos depois este robô foi usado pelo Dr.
Destino na fase do Sr. Tira-Teima (Fantastic Four # 320 e
The Incredible Hulk # 350 de 1988, publicado em O Incrível Hulk #
108 e 109, Editora Abril, junho e julho de 1992).
Apesar
de distanciar do Universo Marvel, Kirby se permitia a referencia a
obras externas como 2001: Uma Odisséia no Espaço. Na obra de
Arthur C. Clark há um “monolito negro” que aparecesse em
momentos chaves da história humana. Kirby que havia feito a
adaptação do livro/filme para a Marvel Comics usou o monólito,
informando que foi uma criação dos Celestiais.
Com
o passar dos anos os Eternos lentamente migraram para o universo
padrão especialmente quando Roy Thomas entendeu que os
conceitos eram bons e aproximou os personagens do universo padrão em
Thor # 280 – 300, onde eles enfrentam seus criadores e são
reduzidos a um pequeno grupo. Nesta fase como parte de um plano
iniciado na época da 3ª Expedição, Odin conclui a
confecção do Destruidor, que teria poder para fazer frente
aos Celestiais e chega a dar a ele a sua espada e aumentá-lo de
tamanho. Durante este conflito Zuras morre, e somente com a
intervenção de Gaia, o espírito da Terra, que oferece 12
homens e mulheres para provar a Arishem que seu experimento – a
humanidade – deu certo e merece viver. Este grupo de pessoas ficou
conhecido como “Jovens Deuses” e teve uma breve
participação em um anual do Homem-Aranha durante a “Guerra
Evolucionária”.
Ajustes
cronológicos posteriores mostraram que os monstros tão comuns na
fase “Atlas Comics” da Marvel (como Gorgilla,
Grottu, Gigantus, Giganto e Tricephalous, entre outros)
eram mutantes deviantes como Karkas, e que hoje vivem na Ilha
Toupeira.
Em
What if... # 25 (1980) publicada por aqui em Capitão
América # 135 (agosto/1990), Editora Abril, Mark Gruenwald
aproveitou os conceitos usados por Jim Starlin em Capitão
Marvel e fundiu os deuses que foram para Saturno com os Eternos,
distanciando o Alars, o pai de Thanos dos olimpianos
das séries Os Campeões, Hércules – Príncipe do Poder,
Os Vingadores e Thor. Apesar de muito semelhante o
panteão de Hérculos era um, e o panteão de Alars era outro, ainda
que fossem olimpianos.
Logo
após Guerras Secretas em Avengers # 246 a 248
(Capitão América # 122 a 124, julho a setembro de 1989),
Sersi reaparece e convida seu “primo” Starfox (o
Eros da série do Capitão Marvel, que na época era membro
dos Vingadores) para uma união com a Unimente.
Durante
o evento “Inferno”, Walt Simonson trouxe de volta o
eterno banido, Gilgamesh em Avengers # 299-300 (Capitão
América # 161 de outubro de 1992).
Sersi
retornaria em Avengers # 308 (Capitão América # 164 de
janeiro de 1993) já na época da reformulação que John Byrne
promoveu nas equipes. Mas certamente a saga mais significativa foi a
Fase de Proctor e seus coletores, logo após a Operação:
Tempestade Galáctica, quando havia um triângulo amoroso na
equipe entre Sersi, o Cavaleiro Negro e Crystalis
dos Inumanos. Uma longa trama revela um amante da eterna de
outra realidade como vilão. Isto foi publicado em Avengers # 355
a 363, e retomado nos números # 372 a 375 (publicado em
Capitão América # 202 a 205, março a junho de 1996, e
Capitão América # 209 a 211, outubro a dezembro do mesmo
ano). Esta fase que lembrava o “padrão mutante” do início dos
anos 1990, teve argumento de Bob Harras e arte de Steve Epting
& Tom Palmer.
Arishem
ainda retornaria para novamente julgar a Terra, mas Franklin
Richards, o filho onipotente de Reed Richards, consegue
iniciar a trama que trouxe de volta os heróis “mortos” durante o
“Massacre: Marvel”. Por sinal na história alternativa
“Terra X”, há uma ligação muito forte com os Celestiais
e Franklin.
Não
podemos esquecer que mais recentemente Apocalypse (vilão dos
X-Men), que já tinha usado uma nave dos Celestiais como base, usou
os deviantes para seus planos e Neil Gaiman, premiado autor de
Sandman, escreveu para John Romita Jr desenhar uma
excelente série, já publicada no Brasil, na época da Guerra
Civil.Voltarei a ela no futuro.
---
Fontes:
Revistas
Marvel editadas no Brasil e o artigo “Marvel Universe & The
Eternals” de Robert Greenberger.
Para
saber mais:
Von
Däniken, Erich – Eram os deuses astronautas? – Enigmas
indecifrados do passado, Tradução de E.G. Kalmus, 13ª edição
(dezembro de 1971), Edições Melhoramentos.
Incrível
Hulk, O, nºs 108 e 109, Editora Abril (junho e julho/1992).
Capitão
América, Editora Abril Jovem, 1979-1996
Capitão
América, Bloch Editores, 1977-1978
Superaventuras
Marvel, Editora Abril, 1982-1996
The
Eternals: When gods walk the Earth, Marvel Comics, 2006, Série
Omnibus
Os Novos
Deuses, Opera Graphica, minissérie em 3 edições (2002)
Os Eternos Checklist |
Eternals # 01 a 19 (julho de 1976
a janeiro de 1978)
|
Eternals Annual # 01 (1977)
|
Eternals # 01 a 12 (outubro de
1985 a setembro de 1986)
|
Eternals: The Herod Factor
(graphic novel, março de 1991)
|
The New Eternals: Apocalypse Now
(fevereiro de 2000)
|
The Eternals # 01 a 06 (agosto de
2003 a janeiro de 2004)
|
The Eternals (2006), nova série
por Neil Gaiman e John Romita Jr.
|