Existe uma ilha com propriedades magnéticas e místicas. Magnéticas porque há um contador da energia que se acumula na ilha. E místicas porque ela possui um mecanismo que pode ser utilizado para alterar sua posição no tempo e espaço.
Jacob pode sair da ilha e pode atrair pessoas para lá.
A função de Jacob é impedir que o outro saia da ilha. O segundo deseja matar Jacob para poder sair.
Este segundo pode se tornar uma fumaça escura que agrupada pode se tornar pessoas – geralmente entes queridos mortos – ou ser usada para destruição. Durante muitos anos, nós expectadores, achávamos que era nano-tecnologia que tem conceito semelhante.
Em 1.867 um navio chega a ilha trazendo Ricardo que se tornará agente externo de Jacob. Ricardo se torna imortal graças aos poderes de Jacob.
Um núcleo de pessoas sempre habitou a ilha. Possivelmente atraídos por Jacob. Sempre.
Após enterrar uma bomba de hidrogênio na ilha durante da década de 1.950 houve a ascensão de Charles Widmore ao comando deste núcleo de pessoas.
Ricardo agia como conselheiro para o grupo, tornando-se um elo entre eles e Jacob. Eles não viam diretamente Jacob. Ricardo transferia suas ordens, mas dava liberdade à liderança.
30 anos atrás Ricardo fez contato com o garoto Ben Linus, que triste com a indiferença e maus tratos do pai, solta um gás venenoso que elimina agentes da Dharma Iniciative, que investigavam as propriedades magnéticas da ilha. A Dharma também tinha experimentos de tecnologia genética.
Os pesquisadores morrem, mas alguém mantém operacional parte dos equipamentos. Supõe-se que seja Widmore, expulso da ilha por Linus, que se tornou líder. Mas pode ser o grupo de Ben Linus, mesmo.
Linus por sua vez nunca teve um contato real com Jacob. Ainda assim impediu que Ricardo o tivesse durante anos, manipulando-o sutilmente.
Widmore tem planos de retornar à ilha. E talvez através de uma longa cadeia de influências tenha criado uma situação para instalar um namorado da filha na ilha. Este namorado torna-se operador de um terminal que impede que o acúmulo da energia eletromagnética destroce a ilha.
Jacob sempre quis um substituto.
Para tanto atraia pessoas para a ilha.
Assim, é responsável pela queda do avião. Não se sabe como, mas dado aos seus poderes místicos é fácil supor, ele influenciou uma pessoa que digitava o código no teclado de modo a impedir a liberação da energia eletromagnética.
O namorado da filha de Widmore, preso na ilha, recusou-se a digitar uma famosa sequência numérica e a energia foi liberada.
Foi a liberação desta energia que derrubou o avião no início da série.
Meses depois o equipamento foi destruído e houve uma segunda liberação de energia. Nunca mais se tocou diretamente no assunto do que está havendo com a energia acumulada, mas, como a ilha esteve fisicamente viajando no tempo é de se supor que esta energia esteja esgotada. Pelo menos temporariamente.
Qual?
Aquele que sobreviver e estive mais capacitado. Isto bate com uma das primeiríssimas impressões sobre a série. Se suponha, erroneamente, que a ilha seria o local de um torneio e que as pessoas foram selecionadas para ir para lá – este questão da seleção se confirma e reconfirma durante a série. Neste raciocínio tudo seria um grande jogo e os mortos ou eram baixas de guerra ou apenas pessoas que saiam de um poderoso reality show.
Vindo do mundo externo, Linus tem um câncer e sabe das habilidades médicas de um dos sobreviventes.
Ele cria uma série de situações que obrigam o médico a operá-lo, enquanto mantêm uma briga de egos de liderança com alguém que aparentemente tem a vocação natural de líder e que pode ouvir Jacob.
Em determinado momento se insinua até que Linus manteria Jacob prisioneiro, o quê também não se confirmou.
Locke, um líder legítimo e um substituto manipulável para Jacob, em função de sua crença no inexplicável.
Após capturar parte das pessoas e fazer um perigoso e inconsequente jogo de gato e rato com os sobreviventes, Ben oferece a oportunidade de sair da ilha a alguns deles. Já que depois da destruição da Dharma eles se apossaram das instalações e tinham empresas externas que financiavam suas ações.
Não é explicado a que nível, mas sabe-se que Ben recrutou uma médica externa (que visitou uma das instalações da empresa antes de partir) e que ele tinha contato com o mundo externo constante.
Membros deste núcleo de pessoas chegavam a ter vida distinta no mundo externo.
Misteriosamente mulheres que habitavam a ilha não conseguiam chegar ao final da gravidez, trama há muito esquecida, mas que era amparada pela relação da fumaça com a nano-tecnologia. Em síntese se a fumaça era uma junção de vários pequenos robôs (uma grande simplificação do que é a nano-tecnologia, mas em essência é isso), estes pequenos robôs entravam na circulação e curavam as pernas (de Locke), o câncer (de Rose) e infelizmente impediam as gestações.
Este mesmo conceito embasava o fato dos mortos aparecerem. Ou os robôs nano-tecnológicos habitavam os corpos entrando por poros, boca, ouvidos e narinas ou simplesmente recriavam os corpos.
Apesar das liberdades da séries e das simplificações do artigo, a miniaturização de robôs e o uso de nano-tecnologias, inclusive em correntes sanguíneas, é uma verdade.
Assim, o desejo de sair da ilha era real e se materializa numa expedição que supostamente vem resgatá-los.
Inicialmente somos levados a crer que seria a expedição da filha de Widmore para resgatar seu namorado, por que ela esteve monitorando as emissões de energia eletromagnéticas e quando houve a segunda emissão descobriu-se a posição da ilha. Um detalhe importante é que ela sabia o quê procurar.
Como?
Suponho que ela espionou o pai e sabia que ele havia enviado o namorado para a ilha. Suponha que ela conhecia a função que o namorado exercia ao digitar o código no teclado a cada 108 minutos. Isto são suposições minhas. Não se sabe realmente como Penélope esperava que uma emissão de energia eletromagnética poderia indicar a posição de Desmond.
Esta expedição só serve para alinhar as tramas e eliminar possibilidades que os autores erraram. Introduz também mais alguns personagens que serão fundamentais para sustentar a história a partir dali.
Isto já era recorrente na série. Os sobreviventes foram muitos, mas a trama se concentrou em 15 a 20. Com a morte de alguns deles outros ganharam espaço, mas geralmente morriam enquanto o núcleo central de personagens permanecia inalterado.
No resumo da ópera a expedição é financiada por Widmore que deseja voltar à ilha e vingar-se de Linus. Enviou uma equipe de pesquisa e uma equipe militar num primeiro momento. Para deixar a coisa mais tensa o líder da missão militar mata a filha adotiva de Ben, Alex.
A expedição é destruída pela criatura de fumaça que foi liberada intencionalmente por Linus.
Seis pessoas saem da ilha e são convencidas a dizerem que são os únicos sobreviventes do vôo.
Ben se sacrificando consegue mudar a ilha de lugar, girando um aparato místico/tecnológico. O tal sacrifício seria por que após girar o aparato Ben não poderia voltar à ilha.
Entende-se que o “voltar à ilha” é no sentido de localizar a ilha para voltar e não uma proibição real para voltar. Tanto que Linus conseguiu localizar e voltar.
Três anos depois, atormentados por suas decisões e por terem deixados os amigos para trás e também, influenciados por Linus e Locke, os “Oceanic Six” retornam à ilha para resgatar os amigos.
Porém a ilha estava flutuando no tempo e se gasta alguns episódios para estabelecer uma maneira correta de voltar à ilha, tudo claro, pseudo-ciência.
Terá que ser novamente uma queda de avião.
Os sobreviventes embarcam e uma tempestade eletromagnética os leva à ilha. Mas alguns deles vão para o passado, onde se aliam a amigos já estabelecidos dentro da comunidade da Dharma Iniciative.
Lá, encontram Ben Linus ainda criança, e culpando-o por desgraças passadas (o futuro para o menino) tentam matá-lo.
Não funciona, mas o garoto se aproxima do núcleo de habitantes e isto atrai a atenção de várias pessoas para os recém chegados. A farsa aos poucos cai.
Após uma série de eventos e, influenciado por um físico que veio na expedição de Widmore, eles decidem explodir a bomba de hidrogênio enterrada anos antes, de modo a destruir a ilha e assim, no futuro, impedir a queda do avião.
Ao longo da temporada a trama vai se aproximando de seu ápice e termina com a explosão da bomba.
No presente, outros sobreviventes se encontram e paralisam a flutuação do tempo da ilha, reúnem-se ao núcleo de habitantes, questionam a liderança de Linus (que também retorna à ilha) e se deparam com um Locke ressurgido dos mortos!
Locke havia sido morto à traição por Linus, uma vingança nua e crua pelas tentativas do homem de substituí-lo na liderança.
Locke convence Linus a matar Jacob, coisa que o ex-líder faz por vingança e ressentimento por ter sido preterido.
Na ilha, tudo agora se resume a Locke eliminar os protegidos de Jacob e partir para a civilização.
Mas...
A explosão no passado criou uma realidade onde as coisas aconteceram de modo diferente.
Destruída desde o fim dos anos 1970 e ilha, Widmore e o núcleo de habitantes não influenciou uma série de pessoas e eventos aconteceram de forma diferente.
Há então uma realidade alternativa ou paralela, onde nunca houve a ilha (pelo menos entre o fim dos anos setenta e agora) e que o avião que partiu de Sidney pousou em Los Angeles.
Nesta realidade os destinos divergiram radicalmente. Os episódios 6x01 a 6x08 mostraram versões dos sobreviventes nesta realidade alternativa.
Ao mesmo tempo a ilha continua a existir na realidade original e lá, Locke, na verdade, a fumaça escura ou o ser que Jacob impede que saia da ilha consolida-se no poder, mata os últimos fiéis à Jacob e faz pactos com todos que podem lhe assegurar a possibilidade de sair da ilha.
Um deles é um trapaceiro profissional, Sawyer cujo nome real é James Ford, que Locke/fumaça envia para saber as intenções de Widmore, pois este retornou finalmente ao local que tanto desejava.
Apesar de tudo levar a crer que Widmore deveria querer vingança contra Ben e, por extensão, à Jacob, ele se apresenta como inimigo natural de Locke. Informações soltas na série levam a quer que ele conhecia os planos de Jacob e que tinha muito intimidade com os mecanismos de funcionamento da ilha.
Sawyer espera ser possível que ele e os sobreviventes, aos quais de afeiçoou durante estes três anos e meio de convivência, fujam enquanto houver a luta entre Widmore e Locke.
O cenário está montado para isso.
O episódio 6x09 é um interlúdio que mostra a chegada de Ricardo na ilha em 1.867.
[Conclusão]
Isto não responde tudo.
Por exemplo, não explica os sacos de mantimento que eram jogados na ilha durante a primeira temporada. Mas criam uma série de possibilidades para explicar. Se realmente Widmore enviou intencionalmente Desmond para a ilha ele teria que alimentá-lo. Se ele conhecia os planos de Jacob para selecionar um substituto, poderia então criar circunstâncias para que o programa de seleção continuasse, em especial permitindo que as pessoas se alimentassem.
Os ursos polares numa ilha tropical seriam manipulações genéticas. Assim como a assumida brincadeira da produção com os golfinhos com logo da Dharma.
Certamente não explica o tratamento dado a um menino nas primeiras temporadas. Mas deixa espaço para conjecturas e também a equipe já assumiu que nem tudo entre a segunda metade da segunda temporada e a primeira metade da terceira será explicado.
Eram tiros no escuro. Alguns atingiram o alvo, outros não.
Ben, personagem fundamental da série entrou por engano e a repercussão positiva dele fez a série crescer e ganhar um vilão tangível, quando não o tinha. “Os outros”, como eram chamados, eram os vilões.
Muito se alterou, mas temos certeza que os outros apenas foram manipulados por várias pessoas e em vários níveis.
Veremos no que vai dar.
Veja aqui a resenha rápida dos episódios
6x01-02 – aqui.
6x03 – aqui.
6x04 – aqui.
6x05 – aqui.
6x06 – aqui.
6x07 – aqui.
6x08 – aqui.
6x09 – aqui.