Battlestar Galactica: Blood & Chrome (2012)

Battlestar Galactica: Blood & Chrome é simplesmente a junção de três coisas que não gosto (série militar, prequel e série para internet) com uma que amo (série sci-fi). Para minha surpresa funciona!

[A trama]
No décimo ano da Primeira Guerra Cylon assistimos a chegada de William Adama (Husker) à Battlestar Galactica e sua empolgação em se provar na guerra, aceitando uma missão extremamente perigosa, que posteriormente se mostra uma missão suicida. Cabe a ele, junto com o Tenente Coker – a 47 dias do retorno para casa e nem um pouco a fim de morrer antes disso – levar a Dr. Beka Kelly em uma viagem para um Posto Avançado Cylon, onde supostamente as ações fariam a diferença na guerra.

De pano de sujo, além da sujeira da guerra, as primeiras tentativas dos cylons em criar híbridos carne/cylon.

[Comentários]
Exibida originalmente em 9/11/2012 a 7/12/2012 em dez episódios de 12 minutos no sítio eletrônico www.machinima.com, e posteriormente como longa no Sy Fy Channel em 10/02/2013, esta produção da Universal faz um prequel para Battlestar Galactica (2003). Criado por Michael Taylor & David Eick este sub-produto da série de Ronald D. Moore tinha tudo para ser apenas isto, um subproduto, para consumo rápido. Afinal qual a graça de assistir uma guerra em que já se sabe o definitivo final?

Com isto a série surpreende em dois quesitos. Um é que não parece uma série “para a Internet” como as tentativas anteriores na própria franquia. Parece uma série para a TV, com as limitações de recursos e gráficos, mas é tudo bem-feito dentro destes limites. Também não parece uma das produções pobres e deficientes do Sy Fy, feitas para para encher a grade de programação com bobagens.

O outro quesito é que a história de um Will Adama jovem e “carne fresca” na Guerra entre as Colônias e os Cylons realmente não mostra algo novo, pois Platton (1986) já havia feito isto, mas humaniza o personagem e cria em nós um sentimento de preocupação real com o destino dos personagens apresentados. Ao retratar os primeiros dias da carreira de Adama a série pode cair em contradições com o “Razor flashbacks” que narram as aventuras do mesmo comandante nos últimos momentos da guerra, quando ainda era chamado de “novato”.

No geral a trama é bem desenvolvida e funciona para os neófitos como para fãs de longa data da série. A existência da série e as tentativas de explorar novos formatos mostram apenas que a Universal deseja dar sequência à franquia da série reimaginada, exibida originalmente entre 2.003-09, apesar da interrupção da série Caprica, o primeiro prequel da série de Moore.