[A trama]
Na região dos rios, Arya
Stark tenta apedrejar Sandor Clegane (o Cão), mas
decide por um pacto silencioso de aceitação dos fatos. É premiada
com a informação de que o Cão pretende levá-la para o casamento
de seu tio Edmund Tully nas Gêmeas e entregá-la à
Robb Stark, seu irmão e Rei no Norte.
O casamento de Sansa
Stark com Tyrion Lannister toma bastante do episódio,
desde a intrusão de Joffrey Baratheon para levar a
noiva ao altar – uma afronta considerando que ele mandou matar o
pai da moça, passando por sua sugestão de estupro durante a noite,
até finalmente o pacto entre Tyrion
– apaixonado por Shae que, no momento, é serva de Sansa –
e a moça Stark: ele só deitará em sua cama quando ela assim
consentir!
De resto em Porto
Real, diverte o ódio de Cersei Lannister, ora contra
Margaery, ora contra Loras Tyrell. Assim como também a
pressão de Tywin Lannister em obrigar Tyrion consumar o
casamento e unir as famílias Stark e Lannister com um herdeiro
comum.
Em Ponta Tempestade,
Stannis Baratheon faz as pazes com Davos Seaworth –
que aprendeu a ler durante os meses na prisão – e a bruxa
Melisandre engana Gendry, seduzindo-o, para tirar
sangue utilizando sanguessugas.
O quê o texto não explicita é que
Stannis não teria permitido o sacrifício do jovem já influenciado
por Davos e portanto, ela usa apenas sangue para um feitiço contra
os usurpadores: Robb Stark, Balon Greyjoy e Joffrey
Baratheon.
Se parasse aqui o
episódio seria interessante, dramático, mas não brilharia. As duas
tramas a seguir é que trazem um sabor especial do episódio.
Daenerys Targaryen
conhece os capitães de uma elite de mercenários chamados de
“Segundos Filhos” (o nome do episódio). São eles Mero
de Bravos, Predahl na Ghezn e Daarion Naharis. Ela
os convida a trabalharem para sua causa. Mero é desrespeitador,
mal-educado, grosseiro e libertino, mas pede um tempo para analisar o
caso.
Recolhidos em seu
acampamento, o trio decide matar Daenerys e Daario é o escolhido por
sorteio. Jovem, belo e interessado na mãe dos dragões, Daario vai
mais longe: mata os dois companheiros, degola-os e leva suas cabeças
para Daenerys, aproveitando a oportunidade para jurar fidelidade à
sua causa. A sequência consegue criar uma tensão genuína e uma
dúvida sobre os acontecimentos.
E o episódio termina com
uma outra excelente sequência. Sam Tarly está com Gilly
e seu filho sem nome em algum lugar entre o acampamento de
Craster e a Muralha. O improvável trio encontra uma
cabana e se recolhe para passar a noite, notando uma concentração
de corvos.
Durante a noite um dos
outros (os White Walkers) se aproxima, tencionando levar o
bebê macho, como era feito por Craster. Sam em um ato de coragem
nascido puramente do desespero, enfrenta o monstro, mas perde sua
espada que é congelada e destruída por um toque gélido.
Arremessado para o lado,
Sam vê o outro se aproximar de Gilly e do bebê no colo. Saca então
a única arma que tem: uma faca feita de um material chamado de
“dente de dragão” que ele encontrou enterrado próximo ao Punho
dos Primeiros Homens, lá atrás no final da temporada anterior!
Com a faca em punho, sai
correndo e a crava nas costas do outro que é imediatamente
destruído. A faca cai no chão e Sam pega Gilly pela mão correndo
desesperado sem direção (sem direção para efeito psicológico,
mas certamente ele corre em direção à Muralha).
[Comentários]
Fico profundamente
chateado com a variação de qualidade dos episódios da série Game
of Thrones. O padrão é “falação, andança, falação”
em três ou quatro episódios e depois um evento intenso. Depois da
tomada da cidade dos escravos este é o melhor episódio da temporada
exatamente por que coloca a medida certa das intriga palacianas em
Porto Real e os eventos no norte, na região dos rios, em Ponta
Tempestade e na Baia dos Escravos.
O equilíbrio e a
finalização com um evento marcante fazem jus ao texto de George
R R Martin e permite ao espectador se interessar até mesmo pela
passagens menos atraentes da temporada.
E que venha o Casamento
Vermelho!