Game of Thrones [3x08] - Second Sons


[A trama]
Na região dos rios, Arya Stark tenta apedrejar Sandor Clegane (o Cão), mas decide por um pacto silencioso de aceitação dos fatos. É premiada com a informação de que o Cão pretende levá-la para o casamento de seu tio Edmund Tully nas Gêmeas e entregá-la à Robb Stark, seu irmão e Rei no Norte.

O casamento de Sansa Stark com Tyrion Lannister toma bastante do episódio, desde a intrusão de Joffrey Baratheon para levar a noiva ao altar – uma afronta considerando que ele mandou matar o pai da moça, passando por sua sugestão de estupro durante a noite, até finalmente o pacto entre Tyrion – apaixonado por Shae que, no momento, é serva de Sansa – e a moça Stark: ele só deitará em sua cama quando ela assim consentir!

De resto em Porto Real, diverte o ódio de Cersei Lannister, ora contra Margaery, ora contra Loras Tyrell. Assim como também a pressão de Tywin Lannister em obrigar Tyrion consumar o casamento e unir as famílias Stark e Lannister com um herdeiro comum.

Em Ponta Tempestade, Stannis Baratheon faz as pazes com Davos Seaworth – que aprendeu a ler durante os meses na prisão – e a bruxa Melisandre engana Gendry, seduzindo-o, para tirar sangue utilizando sanguessugas. 

O quê o texto não explicita é que Stannis não teria permitido o sacrifício do jovem já influenciado por Davos e portanto, ela usa apenas sangue para um feitiço contra os usurpadores: Robb Stark, Balon Greyjoy e Joffrey Baratheon.

Se parasse aqui o episódio seria interessante, dramático, mas não brilharia. As duas tramas a seguir é que trazem um sabor especial do episódio.

Daenerys Targaryen conhece os capitães de uma elite de mercenários chamados de “Segundos Filhos” (o nome do episódio). São eles Mero de Bravos, Predahl na Ghezn e Daarion Naharis. Ela os convida a trabalharem para sua causa. Mero é desrespeitador, mal-educado, grosseiro e libertino, mas pede um tempo para analisar o caso.

Recolhidos em seu acampamento, o trio decide matar Daenerys e Daario é o escolhido por sorteio. Jovem, belo e interessado na mãe dos dragões, Daario vai mais longe: mata os dois companheiros, degola-os e leva suas cabeças para Daenerys, aproveitando a oportunidade para jurar fidelidade à sua causa. A sequência consegue criar uma tensão genuína e uma dúvida sobre os acontecimentos.

E o episódio termina com uma outra excelente sequência. Sam Tarly está com Gilly e seu filho sem nome em algum lugar entre o acampamento de Craster e a Muralha. O improvável trio encontra uma cabana e se recolhe para passar a noite, notando uma concentração de corvos.

Durante a noite um dos outros (os White Walkers) se aproxima, tencionando levar o bebê macho, como era feito por Craster. Sam em um ato de coragem nascido puramente do desespero, enfrenta o monstro, mas perde sua espada que é congelada e destruída por um toque gélido.

Arremessado para o lado, Sam vê o outro se aproximar de Gilly e do bebê no colo. Saca então a única arma que tem: uma faca feita de um material chamado de “dente de dragão” que ele encontrou enterrado próximo ao Punho dos Primeiros Homens, lá atrás no final da temporada anterior!

Com a faca em punho, sai correndo e a crava nas costas do outro que é imediatamente destruído. A faca cai no chão e Sam pega Gilly pela mão correndo desesperado sem direção (sem direção para efeito psicológico, mas certamente ele corre em direção à Muralha).

[Comentários]
Fico profundamente chateado com a variação de qualidade dos episódios da série Game of Thrones. O padrão é “falação, andança, falação” em três ou quatro episódios e depois um evento intenso. Depois da tomada da cidade dos escravos este é o melhor episódio da temporada exatamente por que coloca a medida certa das intriga palacianas em Porto Real e os eventos no norte, na região dos rios, em Ponta Tempestade e na Baia dos Escravos.

O equilíbrio e a finalização com um evento marcante fazem jus ao texto de George R R Martin e permite ao espectador se interessar até mesmo pela passagens menos atraentes da temporada.

E que venha o Casamento Vermelho!