Sarcófago: Batman Blood Secrets

Era 1989 e o novo universo DC Comics era novo, novíssimo. Mark Waid e Denny O'Neil procuravam criar um homem morcego que tinha passado por um profundo treinamento, no rastro de conceitos genéricos apresentados em BATMAN: ANO UM, mas só suficientemente aprofundados nos trabalhos de O'Neil seja como editor em AS VÁRIAS MORTES DE BATMAN, seja como autor em O HOMEM QUE CAI e nas séries iniciais de THE LEGENDS OF THE DARK KNIGHT, que procuravam criar um mito plausível para Batman.

Mark Waid & Brian Augustyn, dupla que trabalharia em parceria também em THE FLASH, acrescentou em DETECTIVE COMICS ANNUAL #02 (1989) uma história interessante sobre HARVEY HARRIS, um dos homens que tornou o quê ele é ao ensiná-lo parte da arte de ser detetive, quando sob disfarce Bruce Wayne foi à Huntsville a tempo de auxiliá-lo na investigação de uma série de crimes brutais com homens influentes e no início da terceira idade.

A arte de Val Semeiks (lápis) e Michael Bair (finais) produz uma narrativa adequada à trama, geralmente com um estilo próprio e poderoso, mas que não devo me furtar a comentar que em alguns momentos – não todos – emula Michael Golden (artista de Batman no fim dos anos 1970) e Todd McFarlane (artista de BATMAN: ANO DOIS). Outro detalhe é a colorização pré separação via computador de Adrienne Roy que flutua muito a cor da pele de um coadjuvante importante para a trama. Para oferecer uma chance do leitor descobrir a verdade ele deveria ser apresentado sempre como mulato (página 29, quadro 2 ou página 44) e não com um tom de pele que arremete aos brancos da série (página 5, 6, 9 e 10, por exemplo), um leitor apressado supõe apenas que quando apresentado como mulato ele estava em um ambiente com pouca iluminação.

Mas nada que atrapalhe o prazer da leitura de uma história que se aprofunda no treinamento de Wayne para vingar seus pais.

Foi publicado no Brasil em BATMAN 3ª série EDITORA ABRIL – a série em formato americano. Vale a pena procurar nos sebos.