Mas depois a coisa
melhora e finalmente tive interesse real na história.
E em um mundo onde
vampiros brilham ao sol e não se contem de amor para com humanos,
qualquer vampiro próximo do padrão clássico já é um alento.
A trama contada em duas
épocas é bem narrada, bem desenhada e tem coerência, ainda que uma
ou outra passagem pareça homenagem ao já citado Black Kiss – com
suas orgias vampirescas em Hollywood – ou à Gótico Americano
– na passagem em que o vampiro principal está enterrado em um
cemitério submerso. Mas a grande lembrança fica na estruturação
dos vampiros de etnias diferentes, que obviamente lembra Vampiro:
A máscara o clássico RPG, com suas dezenas de clãs com
características diferentes.
Em 1.925 a jovem
Pearl Jones deseja ser atriz e se depara com figurões
vampiros na recém iniciada indústria cinematográfica. Ela virá
alimento para os sanguessugas europeus, cruéis que tratam humanos
como nada muito mais do que gado, mas renasce como outro exemplo do
“vampiro americano”, uma nova variação do vampiro com
diferenças não muito claras em relação à versão padrão. Esta
trama tem texto de Scott Snyder e arte de Rafael
Albuquerque.
Mas a verdadeira trama
é a história de suporte da edição, com Skinner Sweet, um
outro exemplar de vampiro americano criado no Velho Oeste. Esta
história começa em 1.880 e é narrada em flashback
mostrando a transformação de um criminoso impiedoso em uma máquina
de matar perfeita e praticamente imortal. Esta trama tem texto de
Stephen King e arte de Rafael Albuquerque.
O conjunto da obra é
interessante, assim como a necessidade natural de Sweet em orientar –
nem que seja o mínimo – a neófita de sua condição, além de
tentar cooptá-la para sua guerra particular contra os vampiros
europeus. Haveria nesta necessidade algo mais do que uma atitude
professoral?
Boa aventura, já
publicada no Brasil na série Vertigo da Panini Comics
e que retornou recentemente em um encadernado em capa dura.