Conversava com um amigo
nesta semana sobre Os Novos 52 e a má qualidade das
histórias. Defendi de imediato apenas Action Comics de Grant
Morrison, mas entendo realmente que seria melhor em uma graphic
novel do que em uma série mensal.
Estávamos bastante
decepcionados com Os Novos 52, um rebute, que não é rebute,
desnecessário.
Diante de tanta atenção
pela causa errada – a sexualidade de seus integrantes – não
acreditava que a série Terra 2 (Earth 2) mesmo com
alguém competente como James Robinson pudesse produzir um
material de qualidade.
Acho que pelo conteúdo
das duas primeiras edições eu me enganei. A série é boa e parece
o maior acerto d'Os Novos 52.
[A trama]
Cinco anos atrás
Superman, Batman e Mulher-Maravilha tombaram
para impedir a invasão de Darkseid. Ou seja, é uma versão
diferente da trama da série Liga da Justiça de Geoff
Johns & Jim Lee.
Robin (Helena
Wayne, filha de Batman) e Supergirl sobrevivem e
atravessam a barreira entre as dimensões, seguindo algo. Aqui se
chamaram Caçadora & Poderosa e terão são aventuras
narradas por Paul Levitz, George Pérez e Kevin
Maguire em uma série própria e separada. Mas Karen Starr
(a Poderosa) deseja retornar à sua dimensão de origem e financia
várias pesquisas, entre elas a do Senhor Incrível, que
consegue romper as dimensões.
Está estabelecido um micro-verso narrativo
envolvendo Terra-2 e as séries do Sr. Incrível e Os Melhores dos
Mundos (a série com aventura da dupla de heróinas), mas nada
disso importante realmente para a série de James Robinson, que é
auto contida e não precisa da leitura das séries adicionais.
Cinco anos depois da derrota de Darkseid a
Terra-2, que viu tombar seus únicos heróis, vê o nascimento de uma
“Era de Maravilhas”.
Mercúrio, o deus romano, à portas da morte cede
seu poder para o fracassado Jay Garrick, recém-separado a
namorada Joan Chambers. Junto com o poder, que transforma
Garrick no Flash, vem o aviso de que uma nova ameaça ronda a
Terra!
Além de Garrick, de uma versão de “Garota
Gavião”, Al Pratt e Joan Chambers – estes dois
últimos ainda sem poderes – temos a chegada do Sr. Incrível e, ao
final da edição dois, um acidente de trem que certamente irá
permitir que Allan Scott, um empresário das telecomunicações
e homossexual, encontre a rocha que irá transformar em uma bateria
energética – ou talvez já encontre uma bateria em ponto de uso.
A estrutura narrativa, que se preocupa em contar
uma história de verdade, faz com que a série mereça a atenção e
seja um produto diferenciado para Os Novos 52.
