Hellblazer e a desimportância dos fatos

Ao comprar a edição Vertigo #15 fiquei surpreso de ver a popularidade de Escalpo refletida na lista das séries preferidas do ano passado. Mesmo depois de quinze edições a série continuar a impactar e o arco “Mães mortas” promete.

O restante da revista é que vira um série problema. Vampiro Americano não é realmente inovador e só deve assombrar quem tá acostumado com o vampiros da cine-série Eclipse. Paciência.

Basta dar uma olhada em Black Kiss para ver que a série trilha caminhos já trilhados. Some a isto a experiência dos leitores mais maduros com “Tomb of Dracula” (Marvel) ou “I... vampire!” (DC) e teremos uma série que ainda precisa provar a que veio.

O mesmo para Casa dos Mistérios e Vikings. Ambas poderão render bons produtos em alguns meses. Vikings, em geral muito boa, apresenta um arco com uma arte que evoca o material de espada e magia da Marvel Comics. Às vezes quando foleio as páginas penso em Conan Rei, mas advirto que o roteiro é bom; apenas com a mudança do desenhista faltou “aquele” padrão.

O problema da edição é Hellblazer e John Constantine que descobrindo um ataque místico à Terra quer uma reunião de magos para enfrentar a tal ameaça! Bah! Ninguém leu “Gótico americano”? Mesmo um dos magos lembra a John que suas reuniões terminam mal!

E pior! Os tais magos ou feiticeiros são personagens criados por Mike Carey para o arco e ninguém nunca ouviu falar deles, deferente em muito da reunião de “Gótico americano” promovida por Alan Moore & cia.

Hellblazer existe desde 1.987 e é a série Vertigo de maior numeração. Seu auge são vários arcos de Jamie Delano e Garth Ennis, mas depois de quase 24 anos e quase trezentos números alguém se importa com o destino do mago inglês?

Nem mesmo quando do lançamento do filme (“Constantine”) a série a superou a média de doze mil solicitações nos EUA. Talvez o melhor para John seja o que fazem com Fábulas: lançar o material em encadernados e dar o espaço para outra série em Vertigo.

Veremos.