Capitão América surgido em 1.941 é o exemplo do soldado máximo, capaz de obedecer os conceitos da hierarquia militar ao qual realmente não faz parte. Na ficção foi criado num projeto suicida o “super-soldado americano” irá enfrentar o Eixo, que assassinou seu criador e impede a continuidade do processo. Ao final da guerra o herói tomba, ou não...
Sabemos que o ato do Capitão tombar é uma releitura criada por Jack Kirby & Stan Lee para a série The Avengers. Originalmente após o final da guerra o herói continua a lutar com o inimigo americano pós 2ª Guerra: o comunismo e os agentes infiltrados.
Já nos anos 1.970, Steve Englehart, hábil escritor, soube aproveitar as características do Cap dos anos 1.950 e criou uma explicação baseada na cronologia estabelecida por Stan Lee: com o desaparecimento do Capitão ao final da Guerra houve tímidas sequências do projeto militar e um professor conseguiu a Fórmula do Super-Soldado.
Isto justificaria a existência de um Cap e um Bucky nos anos 1.950.
Ao manter boas relações com a comunidade dos super-heróis e diversas vezes estar à frente da liderança, seja física, seja estratégica dos Vingadores, compreende-se um processo de submissão de todos à hierarquia militar. O herói, diversas vezes, é tido como referência para todos os outros personagens da editora e capaz de comandar até mesmo deuses.

A trama geral do herói é do soldado fiel deslocado no tempo que se confirma novamente. Recém retornado de algo pior que a morte, volta de mais um período de perda de tempo, algo que já aconteceu quando ficou originalmente congelado, quando foi para a dimensão do Massacre e agora quando “morreu” e encontra um fascista beligerante dominando as organizações de espionagem e contra-espionagem, o Martelo, construído com a informação e serviços da antiga Shield.

Como num processo de surdez onde aumentasse o volume, fica-se mais surdo e amplia-se novamente o volume criando um ciclo infindável, os leitores deixam de se impactar-se com as cenas pseudo-militares e num processo comum trocam a ficção pelo reality show, exigindo que os autores tornem seus personagens mais “realistas” entre aspas por que este realismo é apenas para exacerbar a violência e assim comecem a cuidar de temas do cotidiano como drogas, corrupção policial e corrupção política. Soma-se a isto o cenário padrão dos quadrinhos e muita violência embutida.