Continuando minha lista dos melhores trabalhos produzidos na década de 2.000 e que li.
7) Grandes Astros: Superman de Grant Morrison e Frank Quitely – Apesar de ter vendido bem, com tiragens superiores a 90 mil cópias nos EUA, não acho que All-Star: Superman foi completamente compreendida.
Se fosse seria leitura obrigatória!
Grant Morrison é acusado de ser hermético. Os Invisíveis, 7 Soldados e Crise Final provam a teoria. Novos X-Men, Homem-Animal e Batman a desconstrói.
Superman é a mistura disso. Hora é extremamente hermético, hora é extremamente cosmopolita.
Na história, ao contrário do que aconteceu em All-Star: Batman, Morrison não se preocupa em recontar a origem do Superman. Sim, ele o faz, mas sintético, o faz em duas páginas! Morrison prefere vôos maiores com os personagens, restaurando elementos de tantas épocas que seria impossível listar adequadamente.
Tudo de ruim que já houve com o herói está lá, mostrado de uma perspectiva diferente, superior, adequada a uma narrativa que continuará tendo relevância daqui a trinta, quarenta anos. E tudo de bom, ótimo, excelente, excepcional também está lá, melhorado!
Na trama, Superman ao fazer um salvamento descobre que contraiu um câncer e prepara-se para a morte meses no futuro realizando doze grandes trabalhos neste período.
Não posso deixar de citar três passagens:
I – Na trama um esquadrão de Kandor tenta mapear o câncer do herói, sem sucesso, mas isto não impede que eles interfiram na realidade e curem meninos com leucemia.
II – Numa das tramas o Superman constrói uma Terra sem sua presença e prova que se um mundo não tiver um super-homem ele o cria!
III – A mais bela de todas, que por sinal inspirou, uma tão bela quanto, homenagem no arco Sociedade da Justiça da América – O reino do amanhã. Uma menina está desiludida com a vida, tudo tem dado errado e ela se prepara para o suicídio que é impedido pelo Superman de uma maneira realmente tocante.
O traço de Frank Quitely é único, veja em edição nacionais da graphic novel Terra 2 e The Authority. Evoca em muitos momentos os estilos narrativos de Wayne Boring e Curt Swan, com quadros simples, nem muito rebuscamento; às vezes até muito mais simples do que deveria ser – tem uma seqüência na Fortaleza da Solidão com poucos itens no museu do homem de aço, se fosse uma história de Pérez teria trocentos itens com trocentas referência.
É definitivamente uma história para quem gosta do Superman e felizmente a DC pode dar continuidade ao projeto. Quando encerrou o volume havia boatos de uma edição especial centrada na Supergirl e um novo volume para breve, mas até o momento (janeiro de 2.010) não se voltou a tocar no assunto.