Ao ler os encontros fora de ordem seqüencial tive oportunidade de ver diversos períodos quase ao mesmo tempo. Os encontros dos anos 1.960 eram simplórios e geralmente rezavam sobre os encontros dos vilões trocando de inimigos e a derrota destes depois de uma breve vitória. O fantástico, na forma da ciência descontrolada, também fazia parte da história. Era comum em roteiros de Gardner Fox que fosse criado algum aparato ou ser misterioso de grande poder que punha em risco as Terras gêmeas.
Deste primeiro período o quê não se entende realmente é por que o Sindicato do Crime original foi tão mal utilizado. É possível fazer uma listagem de suas aparições sem grande dificuldade. Nos encontros Liga/Sociedade eles aparecem somente em dois: Crise na Terra-3 (1964), o segundo, e Crise na Terra Primordial (1982), o vigésimo. Além disso o Ultraman (e não o Sindicato) esteve presente na Crisis on Three Earths (1982) que não foi um encontro das equipes, mas sim dos Supermen e dos Lex Luthors das Terra-1, 2 e 3 em DC Comics Presents Annual # 1. E a equipe está presente em um arco de Secret Society of Super Villains.
Os encontros dos anos 1970 podem ser facilmente resumidos em um longo prólogo apresentando a ameaça, a convocação das equipes e dos heróis convidados e a divisão em trios ou quartetos, com direito a um membro da Liga, um da Sociedade e um da equipe convidada. Às vezes havia um embate entre os heróis. Foi assim no encontro que retornou os Sete Soldados da Vitória, com os Combatentes da Liberdade, com a Legião dos Super-Heróis, com os heróis do passado e também é neste encontro onde a editora mostra os personagens que já havia adquirido da Fawcett há anos.
Não há uma ponta de novidade, uma gota sequer!
Rei Kull, rei dos homens-fera, viu sua raça ser aniquilada e agora quer vingança. Com poderes místicos põe em risco a Terra-1, Terra-2 e Terra-S (que, detalhe, ele nomina a bel prazer!). Mercúrio, o deus, convoca os heróis da Liga, Sociedade e da Terra-S por sugestão do mago Shazam, que está paralizado. As equipes se dividem para enfrentar as intrigas em vários locais. Como não poderia deixar de ser, vilões da Terra-1 e da Terra-2 como Coringa e Pingüim se aliam aos vilões da Terra-S como Ibac e The Weeper.
Temos um desfile de personagens como Bulletman, Bulletgirl, Íbis the invincible, Mr. Scarlet, Pinky e Spy Smasher nas edições Justice League of America v1 # 135-137, com roteiro de E. Nelson Bridwell e Martin Pasko, desenhos de Dick Dillin e finais de Frank McLaughlin.
Nesta última parte do encontro, já sem muito argumento para sustentar o arco as seqüências de confronto já são bem maiores. Os Lanternas Verde Hal Jordan e Allan Scott juntos com Íbis têm bastantes páginas para enfrentar Brainiac, assim como os Flashes Barry Allen e Jay Garrick, juntos com o deus Mercúrio têm espaço para enfrentar um robô atômico chamado Atom que ataca a cidade de Tomorrow – fazendo assim duas ameaças robóticas contra os heróis das três Terras.
Nas duas primeiras partes da aventura o principal personagem da Terra-S, o Capitão Marvel não participa por que não consegue usar os poderes do mago para fazer a transformação, pois o dito está paralizado, mas na última parte, o gênio Thunderbolt faz com que o raio chegue aos adolescentes para que seja possível fazer uma frente ao Superman que está sob efeito de kryptonita vermelha e luta contra o Capitão Marvel.
O raio da Terra-S usa um truque que será melhor explorado por Mark Waid e Alex Ross em O reino do amanhã. Como Superman não tem resistência à magia ao gritar “SHAZAM!” e convocar o raio místico o efeito disso provoca a quebra da influência da kryptonita.
A explicação para o nome do arco é a seguinte. “Crisis in Eternity” é por que a trama começa na Pedra da Eternidade, lar de Shazam. “Crisis on Earth S” é por que a trama transcorre na Terra-S, lar dos personagens comprados da Fawcett. E por fim, “Crisis on Tomorrow” é por que a trama se passa em um cidade de alta tecnologia chamada “Tomorrow” – amanhã, em inglês.
Veja aqui uma listagem completa das crises e encontros da equipe.