Sarcófago: Código de Honra


Código de Honra de Chuck Dixon (texto) e Tristen Shane, Brad Parker, Terese Nielsen, Vincent Evans, Bob Wakelin, Derick Gross e Paul Lee (arte pintada) (Marvel Comics/Editora Abril, jun/jul – 1.998) segue os passos de sucesso de Marvels e mostra o dia-a-dia de um policial comum e um universo repleto de “maravilhas”, dando espaço para os eventos mais diversos como o casamento de Visão & Feiticeira Escarlate, A saga do Clube do Inferno e eventos secundários dos anos 1970, até a lista de mega-eventos dos anos 1.980 – Guerra Secretas I e II, A queda dos mutantes, Inferno, etc – como pano de fundo. Na época alguns venderam a série como uma “continuação” de Marvels, o quê não é, ainda que haja aquele contexto de “visão das maravilhas pelos olhos de uma pessoa normal”.

Não há harmonia na arte e mesmo alguns personagens trocam de feição de maneira terrível. Janet, a namorada do personagem principal, às vezes é pintada como negra e às vezes como latina, o quê é um erro tremendo, já que existe uma trama sobre os valores religiosas da comunidade negra e batista e da comunidade latina e católica.

A história mostra o policial Jefrey “Jeff” Piper e seus conflitos da importância de um policial em um universo repleto de super-seres que não se importam com as pessoas comuns, ou que se importam e colhem os louros em forma de fama – algo que irrita Jeff.

O valor da série está na arte e não na trama que é um emaranhado de clichês que não leva a lugar nenhum. Piper termina a série valorizando a sim mesmo, a família, e disposto a continuar sua luta. A arte, no entanto, é pouco comercial – ainda que não seja experimental – e por tratar de um período “negro” dos heróis como os anos 1970 a 1990 usa tons escuros, dando espaço mesmo a delírios adequados, como quando um mendigo tem uma visão bem pessoal do Justiceiro ou dando há o evento “Inferno”, uma saga mutante. Infelizmente a quantidade de artistas atrapalha em muito a harmonia da obra.


Porém um outro autor sobre tratar o tema de maneira mais adequada: Kurt Busiek em sua maxi-série Astro City: Dark Ages. Não por acaso, Busiek é o autor de “Marvels”, obra que originou a tendência que Código de Honra copiou.