O cemitério de Stephen King (1984)

 
Jovem médico muda com a família para a pequena Ludlow no Maine e encontra um simpático vizinho que lhe apresenta no fundo de sua propriedade o “simitério dos bichos” e a extensão acima, o cemitério dos índios mic-macs; o quê trará consequências terríveis para a sua família!

Stephen King é um hábil escritor. Li em três oportunidades “O cemitério”, todas a mesma edição de antiga editora “Círculo do Livro”, a primeira com 13 ou 14 anos com um empréstimo de uma amiga que me apresentou a editora e suas características e meses depois em agosto de 1990 eu li novamente após adquirir o livro, pois pretendia comprar toda a obra do autor que, até aquele momento já havia lido “Carrie”, “O Iluminado”, “A hora do vampiro” (Salem’s Lot) e “Sombras da noite”. Confesso que não avancei muito e nem sei bem o porquê, já que continuo a admirar a escrita de King me é muito simpática.

No livro há espaço para você se importar com os personagens e conhecer seus dramas. Rachel, esposa do médico Louis Creed, tem um trauma muito palpável para mim: ela sofre com a memórias de uma irmã que definhou física e psicologicamente e que durante um tempo foi responsável por esta irmã. Louis, o marido, é o personagem básico de King, homem que entrou em conflito com o pais da esposa e busca seu lugar ao sol, mas que tomará decisões erradas em cascata. Eillen e Cage, as crianças remetem a outros personagens de outros livros, também são extremamente simpático e paupáveis. Mas a habilidade de King em embalar todos estes arquétipos e nos entregar como algo novo, interessante. E consegue!

Não há uma gota de cansaço na escrita. A cada vez que Louis vai na casa de Jud Crandall, o octogenário vizinho, ficamos na expectativa de alguma narrativa do passado que confirme nossas suspeitas das coisas que ocorreram no antigo cemitério mic mac e elas vem, no tempo certo.

Nesta terceira leitura eu percebi que posso fazer uma narrativa totalmente nova do romance. E minha releitura se sustentou sob esta perspectiva. Uma criatura que surgiu do canibalismo dos mic mac, chamado vendigo, em talvez você conheça grafado de outra maneira, tentou diversas vezes reencarnar e seus poderes sobrenaturais manipulam os eventos e personagem para que seus interesses seus alcançados. Em várias passagens é possível sentir um medo genuíno das coisas que não compreendemos e estão nos manipulando.

Excelente.

Em tempo: Ludlow é vizinha de Bangor e próxima de Jerusalém.