Nos
esgotos da cidade de Metropol, em meio ao lixo e àquilo de
jogamos fora vive um monstro cthulliano nomeado Kraken
e há uma esquadrão das forças de segurança, os krakeneiros,
liderado pelo Tenente Dante, um militar em constante conflito com os
horrores e corrupção que vê, que tem por função localizar e destruir o monstro.
Este álbum reúne as histórias desta força e seus embates com o crime, a corrupção, o nefasto e o cotidiano de Metropol além, é claro, do próprio Kraken.
Texto afiado
de Abuli e a bela arte texto de Jordi Bernet (Torpedo 1936, Jonah Hex) em 188
páginas mostram que há lançamentos dos mais distintos gêneros à disposição dos leitores. Infelizmente não para os bolsos, é claro.
[Comentários]
Durante o crescimento do mercado espanhol no pós ditadura vários projetos chegaram às bancas da Espanha procurando um formato adequado - observe que houve um movimento semelhante no Brasil, com as mesmas características gerais. Um destes experimentos foi a revista ‘Metropol” que tenciona emular um jornal sensacionalista. A revista não teve uma grande sobrevida, mas a série “Kraken”, que se passa essencialmente nos esgotos da grande cidade fictícia sobreviveu ao fim da publicação pois era um modelo fácil de criticar os vícios da sociedade: corrupção política e policial, sexismo e violência sexual, desova de cadáveres, clínicas de aborto, esconderijo de drogas e a presença dos invisíveis e indesejáveis.
Belamente ilustrado e competente no roteiro que é bem econômico e não reinventa a roda, mas teve uma conclusão aquém, mas não inferior o suficiente para que crie uma situação em que a obra não mereça a sua atenção. A Figura lançou o álbum espanhol em 2020 com financiamento via Catarse – o mesmo financiamento que trouxe “Torpedo 1936”, produzindo uma bela edição.