Apesar
de boas ideias durante a temporada, em especial nos episódios Kill
the moon, Mummy on the Orient Express e In the forest
of the night, noto um cansaço incrível em Doctor Who,
algo bem comum nas encarnações de Matt Smith e Peter
Capaldi: ele continua a ser uma metralhadora giratória alheia ao
mundo que o cerca.
O
season finale da oitava temporada com Dark Water e
Death in Heaven parece-me distante daquilo que vi na série:
um personagem morre e no fim temos cybermen zumbis. Em
explicações que não acrescentam muito, ouvimos partes da verdade:
Missy – o Mestre regenerado em mulher (será um
indício de uma próxima regeneração para o personagem principal?)
– cria um poderoso HD que armazena os dados das pessoas que morrem
(a alma?). Colhe as informações e cria um vírus que incuba em
mortos e os ergue como cybermen.
É a
resposta de Doctor Who para o sucesso de The Walking Dead?
Usar humanos para ponto de partida para os cybermen e
descartá-los em evento deus ex machina?
Para
embalar isto Clara traí o Doctor diante da morte de uma pessoa cara
a ela. Se as fotos do especial de Natal mostram uma suposta gravidez
todos os indícios já estavam no epílogo de Death in Heaven.
Se não viu, reveja.
[E
a temporada?]
Capaldi
trouxe energia ao Doctor, mas tornou-se coadjuvante à Clara
Oswald que, sendo a garota impossível e tendo conhecido tantos
Doutores, teve dificuldades de aceitar a regeneração ao mesmo tempo
em que ele, paternalmente, não aprovava o romance dela com Danny. De
resto correram de um lado para o outro durante a temporada e tivemos
um esboço de macro-história envolvendo Missy.
O
quê sobra?
Como
sempre, na série, boas ideias nem sempre bem executadas. A impressão
é que não tiveram tempo para pensar em soluções melhores para os
problemas apresentados. Algumas são ótimas histórias de ficção,
mas não parecem ser boas ideias na TV.
Individualmente
os episódios parecem ser melhores que a temporada.