Erekosë,
escolhido pelos seus feitos como o Campeão da Humanidade, é
acordado de um sono profundo – a morte – pelo Rei Rigenos
e sua filha Iolinda, a prometida ao herói, para enfrentar a
maligna raça dos Eldren, descrita como violenta e que põe em
risco a existência da humanidade. Deverá Erekosë, o defensor da
humanidade, destruir o Princípe Arjavh, sua bela irmã
Ermizhad, exterminar toda a vida no continente de Mernadin
e matar todos os habitantes da última cidade Eldren, Loos Ptokai.
Mas será realmente que
os Eldren são tão monstruosos assim?
[Crítica]
Publicada originalmente
em Science Fantasy #53 de junho de 1962, The eternal
champion estabelece a ideia do herói que renasce infinitamente
sempre disposto a defender a humanidade, aqui em um conceito mais
amplo, o que significa que “humanidade” pode não ser aquilo que
você supõe. Em inglês inclusive há as palavras mankind e
humanity, e Erekosë é o defensor da humanidade.
A história começa como
um sonho de John Daker que vê sua consciência emergir no
corpo de Erekosë e faz referência a diversos nomes como Shallen,
Artos, Brian, Umpata, Roland
(que teve participação em
Stormbringer Livro 4: Doomed Lord's
Passing, em
uma trama onde era um campeão escolhido que também estava em um
sono semelhante à morte), Ilanth, Ulysses e
Alric (pág. 1), mas sabe-se que Elric também é
uma das manifestações do Campeão Eterno.
Sobre isto, Moorcock na
introdução diz: “'The Eternal
Champion' apresenta a ideia de um
herói constantemente reincarnado para lutar pelo Equilíbrio
(Balance, no original),
não importando que outras lealdades ele possa ter e
'The Sundered Worlds',
que não será publicado nesta série [Chronicles
of the Last Emperor of Melniboné] porque é mais sci-fi,
oferece em primeira mão a ideia de um 'multiverso',
uma quasi-infinito número de universos, onde um é apenas levemente
diferente do seguinte.”
A novela está na
coletânea Elric To Rescue Tanelorn, o volume 2 de Chronicles
of the Last Emperor of Melniboné (Del Rey, ISBN
978-0-345-49863-2, 2008) e é uma obra deliciosa. Novamente há
um “herói” indeciso sobre suas ações e em vários momentos há
resquícios de O senhor dos anéis, já que os homens estão
atacando uma raça élfica chamada Eldren que vieram que outro mundo,
e que eventualmente são auxiliados pelos “halflings of the
Ghost Worlds”, uma versão dos hobbits.
Ao analisar a crueldade
da humanidade e como o herói é levado a tomar suas decisões,
cria-se uma dúvida legítima como os acontecimentos na série de
Tolkien – que não resiste para os leitores da saga, mas
devemos lembrar que supomos as intenções de Sauron apenas
pelas conclusões de seus inimigos. Aqui a dúvida legítima ganha
outro tom e leva uma ruptura e a criação de um novo reino.