Começou mais um
bat-evento que corresponderá ao “ano dois” do cruzado encapuzado
em Os Novos 52, o que me faz lembrar de Ano Dois o arco
– curto, diga-se de passagem – de Mike W. Barr onde o
vigilante se questiona sobre o seu papel: vigilante perpétuo ou
alguém que desejava apenas vingar a morte de seus pais.
Aqui o contexto é outro,
mas volta a falar sobre limites. Coringa voltou depois de uma
ausência de um ano. O quê o palhaço do crime esteve fazendo no
último ano? O detalhe é que o vilão está extremamente insano,
violento. Você imediatamente vai lembrar do Coringa do filme e
acertou e errou.
Acertou por que há uma
sequência que é a cópia adaptada de uma sequência do filme. No
filme o Coringa foge da sala de interrogatório, na série em
quadrinhos ele entra e quebra o pescoço de diversos policias
(quebrar o pescoço está na moda). Ao fazer isto e “rejuvenescer”
ainda mais Gordon, os autores querem se aproximar daquilo que o
grande público viu nos cinemas.
Errou por que o Coringa
de “O Cavaleiro das Trevas” é o caos encarnado, adepto de
grandes explosões que combinam bem com o esquema do cinema, mas nos
quadrinhos tem que se tornar um emissário do terror psicológico,
que invariavelmente se transforma em violência explícita ou em
alguma surpresa. De um modo geral a questão é: quem o Coringa vai
matar desta vez?
Batman #13 (Panini
Comics, julho de 2013, 84 páginas, R$ 7,50) traz o capítulo um
do arco Morte da família (Batman #13, dez-2012) por Scott
Snyder, Greg Capullo e Jonathan Glapion. Traz
também uma história de suporte com Arlequina & Coringa e
depois temos Batman – The dark knight #13 (Greg Hurwitz
e David Finch) e Detective Comics #13 (John Layman
e Jason Fabok) também com direito a história de suporte.
Morte da família segue o
esquemão dos arcos longos, cheios e sustos e imprevisíveis, afinal
o vilão é um Coringa que supostamente quer tornar o homem-morcego
menos dependente de sua longa lista de colaboradores. Mas se é isto
por que o príncipe palhaço do crime ataca Alfred? Será que
ele conhece a identidade de forma definitiva?
The dark knight #13 tem
foco em o Espantalho e Batman. O vilão
experimenta um novo composto no herói, que delira, mas consegue
fugir. Hum... não tem uma gota de criatividade.
Detective Comics #13
parece ser melhor das três no quesito história, mas também é um
engôdo. Pinguim quer ter relevância social e decide doar
para a caridade em Gotham City, exatamente em uma obra que a
Fundação Wayne já faria a doação e assim, receber o nome
de uma ala. Para afastar Wayne Pinguim contrata os Dragões
Fantasmas, ou seja mais uma organização criminosa infalível
que irá falhar! Afinal em algum momento você acreditou na mais
remota possibilidade de que Wayne morreria?
A história serve para
introduzir um tenente do Pinguim, chamado Ogilvy, e deixar o
vilão principal ainda mais próximo do formato “Rei do Crime”
que desde 1.992 a DC Comics tem utilizado para ele, especialmente
durante após Terra de Ninguém.
Se o morcego não está
cheio de vilões secundários e inexpressivos como no período
1.980-1.992 (sim, eu sei que é uma radicalização), cansa a
utilização constante de uma galeria um pouco desgastada.
Certamente, o principal motivo para o desgaste é, definitivamente, a
constante presença em várias séries e uma superexposição, o mal
dos personagens conhecidos. No entanto, ao apresentar novos vilões,
a editora ou faz uma surpreendente organização secular que nos leva
a questionar como o herói nunca soube da existência, ou requenta a
receita e nos apresenta os tais Dragões Fantasmas.
Ainda assim, pelo
custo-benefício vale a pena acompanhar o trabalho de Snyder &
Capullo em Batman.