“Yes, the
third?” Elric was impatient.
“The
third will herald the death of our world!”
Stormbringer é
uma coletânea de quatro noveletas de Michael Moorcock que tem
como personagem principal o último Imperador Feiticeiro de
Melniboné, Elric de Melniboné. A primeira edição
da coletânea data de 1.965, publicada no ano seguinte ao
encerramento do ciclo.
É comum nos trabalhos de
Moorcock que ele revise o trabalho quando publicado em um novo
formato, assim o livro A espada diábolica (Livraria Francisco
Alves Editora, 1975 tradução da coletânea) tem uma versão mais
curta da história.
Stormbringer é composto
pelas noveletas Dead God's Homecoming, Black Sword'sBrothers, Sad Giant's Shield e Dommed Lord's Passing.
Esta quarta noveleta foi publicada em Science Fantasy #64
em abril de 1.965.
A trata geral do ciclo
trata sobre um conflito armado sobre oriente e ocidente e sobre o uso
de magia em ambos os lados, desequilibrando a balança que equilibra
as forças naquele universo. Tudo leva a crer que será o conflito
definitivo entre bem e mal, entre Lei e Caos e que a humanidade
sofrerá caso qualquer um dos lados ganhar a guerra.
[A trama]
Elric, Dyvim Slorm
e Moonglum vão à Imrryr crendo que os dragões da
cidade dos sonhos possam fazer frente ao Caos. Encontram-nos
adormecidos, mas um aviso de Sepiriz e dos Lordes da Lei
o põe na trilha do chifre do destino (Horn of Fate) que, ao ser
soprado pela primeira vez acordará os dragões, pela segunda trará
os Lordes da Lei para está dimensão e pela terceira vez reiniciará
o universo.
Inicia-se então o
capítulo final do drama de Elric para deter o avanço do Caos, mas
agora mais do que ciente da necessidade do equilíbrio entre Caos e
Lei.
[Comentários]
Cheio de simbologias
Doomed Lord's Passing mostra o conflito de Elric em trabalhar
para a Lei – ou para o Caos – e ver o mundo reconstruído na
visão limítrofe de qualquer um dos lados. É evidente que o mundo é
um equilíbrio de forças e que nenhum dos dois lados sozinho
conseguirá uma postura adequada para o mundo.
Uma passagem exclusa da
versão mais curta publicada no Brasil, mostra o combate entre Elric
e Roland e sua espada Olifant, que faz diversas
referências aos mitos arthurianos. Nesta passagem o anão Jermays
deixa claro que, tanto Elric quanto Roland são aspectos de um
guerreiro místico chamado Campeão Eterno. Muito da obra de
Michael Moorcock é sobre narrar as crônicas de outros aspectos
deste campeão.
Não é um fim bonito ou
feliz. O trio de “heróis” combate hordas infinitas e vai
tombando aos poucos. Elric se resguarda a decisão de torturar
Jagreen Lern, mas não choca nem traz satisfação verdadeira.
O quê chama a atenção é a fraqueza do albino a cada toque do
chifre do destino e a necessidade de se alimentar de almas.
Quando após o segundo
toque observa que a Lei venceu o Caos, mas implantou sua visão de
mundo, o leitor sabe a tragédia que acontecerá, ainda que espere
que um deus ex-machina corrija tudo. Aqui este deus
ex-machina toma forma apenas das armas coletadas ao longo da
história (Stormbringer, o escudo do gigante triste e, por
fim, o chifre do destino), mas não resolvem misticamente a situação;
recurso, inclusive já utilizado por Moorcock.
Certamente um pouco
cansado dos dramas do último imperador de Melniboné, Moorcock
queria seguir em frente e abandonar a série, ainda que seu maior
“vestígio” a criação dos conceitos de multiverso e de Campeão
Eterno certamente voltassem em algum momento.
Moorcock não ganhou
completamente. Sim, usou os conceitos de multiverso e de Campeão
Eterno em várias séries, com vários nomes, mas teve que retornar
dezenas de vezes à Elric que como Stormbringer se alimentou de
dezenas de milhares de fãs e continua presente e forte da cultura
pop. Mesmo que o conceito de Campeão Eterno seja algo maior que
Elric, o príncipe albino eclipsa os outros campeões
As imagens que compõem
este post são da série Elric: Stormbringer (1997)
escrita e desenhada por P. Craig Russell e publicada em sete
números pela Dark Horse/Topps Comics.