É assim
que deve ser tratado Bilionários por Acaso de Ben Mezrich
(Tradução de Alexandre Matais, Intrínseca, 2010, 230
páginas, ISBN 978-85-98070-94-6): um resumo.
E ao
final da leitura ficamos com a impressão que não poderia ser
diferente, maior ou mais completo. Não há por que, afinal a
história que ele conta não terminou ainda.
É certo
que o livro termina antes do fim sem contar de forma devido os
processos contra Mark Zuckerberg e/ou o Facebook
movidos pelos gêmeos Winklevoss e Eduardo Saverin, mas
o problema real é o personagem central: Zuckerberg, um egocêntrico
e temeroso manipulador que não rende qualquer simpatia. Com seus
acessos os Winklevoss renderiam facilmente um livro melhor.
Com uma
prosa perfeita para o público ao qual se destina – usuários do
site curiosos com sua origem ou os expectadores de A rede social
dispostos a encontrar um pouco mais, ou seja gente em geral avesso à
leituras – Bilionários por Acaso deixa no leitor a impressão de
ser apenas um grande fuxico e tenta ser levado a sério ao narrar
como Mark Zuckerberg – um gênio de Harvard – enrolou os
gêmeos Winklevoss que lhe encomendaram um site de relacionamentos e
partiu para a criação de seu próprio site de relacionamentos, o
Facebook, com o financiamento de Saverin. No caminho a aproximação
com Sean Parker – um dos criadores do Napster -, o
distanciamento dos amigos e o golpe final.
Se, no
início, tudo parece uma brincadeira de garotos sobre a criação de
um clube exclusivo, diante da impossibilidade de ser incluído em
outros clubes exclusivos, no fim termina com uma lição repetitiva
sobre como o poder e o dinheiro corrompe.
Apesar de
ser um livro breve – brevíssimo, por sinal – aconselho realmente
pular para a adaptação cinematográfica, que automaticamente entre
para o restrito clube dos “filmes melhores que os livros que lhe
deu origem”.