Poucos personagens
novos surgem com uma mitologia poderosa por trás deles. Azrael
– o segundo personagem da DC Comics a usar este nome, o primeiro
foi um personagem dos Novos Titãs – foi assim.
Azrael é o anjo
vingador, uma espécie de capanga da Ordem de São Dumas, uma
ordem secular de cruzados que se descobre falida e traída por um dos
seus, que serve agora ao demônio Biis, antagonista de São
Dumas.
Azrael morre em um
confronto e como o Fantasma de Lee Falk, passa o cargo
automaticamente para a próxima geração. Seu filho que passa a ser
treinado pelo nada gentil anão Nomoz, que deseja vingança, e
por vingança entenda-se sangue e morte.
Dennis O'Neil,
Joe Quesada e Kevin Nowlan conseguem uma costura
adequada de ação e tensão, mesmo tendo que juntar o homem morcego
na aventura. Batman, seguindo os passos do assassinato de
Azrael em Gotham City passa ser o fio condutor do processo de
treinamento do próximo Azrael, especialmente quando descobre que o
adolescente teve um treinamento intra-uterino que o deixou mais
rápido e apto para resposta sobre-humanos. Este treinamento (“O
sistema”), no entanto, torna o jovem um assassino e o
homem-morcego quer romper com isto.
Ao final aceita treinar
o garoto.
Esta série e o dois
primeiros anos da série regular de Azrael são a nata do personagem,
um resquício dos cruzados no mundo moderno. Há bastante aventura,
tumbas e segredos milenares que, de certo modo, remetiam a um momento
da indústria em que personagens como “Tomb Raider” tinham
bastante aceitação do público.
Posteriormente, muito
envolvido na cronologia de Batman o personagem perdeu o interesse e
os leitores, mas recomendo esta aventura. Especialmente por que trás
o Alfred Pennyworth de O'Neil, com suas tiradas rápidas,
inteligentes e sarcásticas que tanto fazem falta – outra fonte
para este Alfred são as edições The Legends of the Dark Knight
escritas pelo autor.