O dossiê ODESSA
segue os passos de excelência de outras obras de Forsyth como Cães
de Guerra, O dia do Chacal e Sem perdão, cheio de
excelente reviravoltas, personagens instigantes e apaixonantes e
cenas de sexo para costurar a trama. Lançado originalmente em 1.972,
os quarenta anos fizeram bem à obra que continua fluente. É irônico
a facilidade em que os personagens trombam nas informações e as
conclusões que chegam, mas é uma leitura envolvente que transforma
as trezentas páginas do livro em apenas um aperitivo.
Na trama o repórter
Peter Miller tem acesso ao diário pessoal de Salomon
Tauber, um judeu que decidiu encerrar sua longa e sofrida
existência. Ex-prisioneiro de um campo de concentração durante a
2ª Grande Guerra, Tauber deixou um diário que narra os
eventos que transcorreram consigo no campo e como aquilo afetou a si
e seu povo. Miller entende de imediato que o diário em si não tinha
muito valor, afinal já havia extensa literatura sobre escrita pelos
sobreviventes do Holocausto. Mas uma intuição o leva a crer
que o principal responsável pelo campo em que esteve Tauber está
vivo e que isto seria vendável.
Ao mesmo tempo uma
trama militar mostra os bastidores da ODESSA, uma organização
secreta, que tencionava dar novas identidades a nazistas,
reposicioná-los política e financeiramente na sociedade alemã e
fazer propaganda ideológica de modo a minimizar a participação de
agentes do Fuher no massacre contínuo do povo judeu. A ODESSA
desenvolveu uma série de pesquisas militares com o Egito,
tencionando muni-los para destruir Israel.
Poderia as ações
iniciadas por Miller impedirem este desfecho e expor a ODESSA? Ou o
sentimento alemão tão bem retratado na ficção, de esquecer o
passado e seguir em frente poderia demover o escritor da ideia?
Uma obra construída
minunciosamente para não permitir que você abandone o livro antes
da última página.