Lançamento: Sociedade da Justiça #02

Nada é mais triste que ver uma equipe bem estabelecida tentar imitar os X-Men. Assim está a Sociedade da Justiça da América a primeira equipe dos quadrinhos. Nesta edição especial que publica as últimas aventuras que não foram publicadas por aqui em função da Revolu$ão Panini – lembram-se dela? - e foram reunidas em duas edições especiais, uma publicada em abril outra agora. Cometo o santo sacrilégio de escrever que seria interessante simplesmente esquecer estas aventuras e não publicá-las em terras tupiniquins. Nestas horas faz falta a edição da Editora Abril que simplesmente cortava fases inteiras dos personagens e alterava diálogos para esconder o fato.

Neste especial temos um anual que só faria sentido publicar se tivessem explicado direito quem é o Esquadrão SJA e o quê aconteceu na série da equipe e na série Magog. Não publicando isto fica parecendo apenas duas equipes mutantes se estapeando e, se já não era bom na primeira vez que lemos nos anos 1.990, imagine agora. E não precisava muito: umas duas páginas de apresentação poderia por os leitores em dia com o conteúdo.

Depois temos o arco Pátria de Bill Willingham e Jesus Merino que mostra o sucesso do Quarto Reich em derrotar a equipe e a criação de um futuro alternativo com domínio nazista. Vinte anos no futuro o Senhor Incrível cria um plano para corrigir a situação. Alguém aí leu uma história dos X-Men chamada Dias de um futuro esquecido? É a mesma coisa, porém com foco na derrota e nos acontecimentos de vinte anos à frente.

A sensação que temos durante a leitura e que se lermos rápido chegaremos ao final do arco e iremos “suportar” qualquer explicação para reverter a situação apenas por que gostamos e nos importamos com os personagens, mesmo que a editora não tenha esta preocupação.

Por R$ 17,90, a edição com quase 170 páginas torna-se a triste celebração de que somente um bom escritor pode escrever a série de uma equipe-família. Por mais lugar comum que seja a DC deveria ter cancelado Justice Society of America volume 3 depois do encerramento da fase de Geoff Johns.

Não é de espantar que a editora irá por a equipe no limbo até assentar a poeira do reboot de setembro.

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post scriptum: Certamente eles irão deixar a equipe de molho pela impossibilidade de numa narrativa que, supostamente deseja criar um universo mais real, seja lá o quê isso signifique, é impossível explicar como heróis que eram adultos em 1.940 ainda estejam vivos em 2.011, 71 anos depois. Lembre-se que no Universo DC pós-reboot de 2.011 os heróis surgiram “cerca” de cinco anos atrás.
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