Vendas, formatos e um pistoleiro deformado!

As vendas dos encadernados de Jonah Hex devem ter sido bastante satisfatórias. Num curto espaço de tempo a Panini publicou os volumes 1 e 2 e agora em janeiro já anuncia o terceiro volume, que suponho deve ser lançado até o final do mês seguinte. Maravilha!

O público para Jonah Hex é o mesmo que compra os títulos Bonelli (Tex, Zagor) e também os vestígios das pessoas que compraram a série do personagem pela EBAL, além de pouquíssimos gatos pingados que se recordam do personagem publicado nas séries da Abril (Heróis em Ação/Superamigos), Sampa (Hex) e Opera Graphica.

Não me convence que o público foi gerado pela filme obscuro (alguém assistiu?). A história de sempre permanece: boas histórias em série ainda conseguem vender-se se tiverem o formato adequado. Jonah Hex é o típico personagem que, depois de adiantar os lançamentos para cobrir a gigantesca diferença cronológica, poderia receber dois ou três encadernados anuais sem maiores problemas. Não precisa estar em uma revista mensal, já que o público de uma série mensal em geral que ver outros materiais.

A estratégia não é nova nem mesmo para a Panini, afinal a excelente série GCPD – sobre os policiais de Gotham City – e a série Hawkman foram publicadas neste formato: vários encadernados.

Funciona!

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No selo Vertigo Y, o último homem e Ex Machina continuam suas trajetórias. Contando as 14 edições de Vertigo da Panini e os quatro volumes de Y temos uma média de um lançamento a cada 3½ meses, bastante aceitável.

Se você tem dúvidas se algo vende ou não veja a quantidade de lançamentos. Certamente o formato afasta os leitores. Transmetropolitan de Warren Ellis & Darick Robertson é tudo de bom, mas escolheram um produto mais encorpado com capa dura. Entenda: mais caro!

Peço aos leitores que escrevam para a Panini e expliquem o engano. O formato do momento é o produto com 6 ou 7 histórias entre R$ 14,90-19,90.

Se outros formatos funcionassem já teríamos o segundo volume de Starman de James Robinson que ninguém que leu pode considerar como algo menor do que excelente. As pessoas não lêem por que tem medo de investir um grande valor num produto desconhecido. Às vezes o cenário criado para uma série como o cyberpunk para Transmetropolitan ou o saudosismo/art decco de Starman tornou o produto palatável apenas para uma parcela do público, especialmente se for um público que ainda irá conhecer o material. Séries novas tem que ser lançadas em um formato ace$$ível, depois se pensa em um produto mais acabado.

Y ficaria melhor em encadernados de capa dura? Certamente! Mas, como disse Jack, o estripador vamos por partes. Primeiro se publica todos os arcos. Depois, se houver demanda se reedita em um formato diferente.

E viva Jonah Hex!!!!