Numa reportagem especial que deve ter ficado mofando na gaveta – ou no computador – até que não houvesse nenhuma desgraça para falar, VEJA (edição 2.201 de 26/01/2011) explica que devido a variações de grau no eixo da Terra e uma órbita elíptica os astros não atravessam as mesmas constelações de três mil anos atrás e o período é distinto, diminuindo razoavelmente um signo (Escorpião) e acrescentando outro (Serpentário).
Recentemente uma conhecida minha mudou a data do nascimento. Explico: a vô havia registrado-a no dia e mês errado. Ao reencontrar a mãe descobriu o fato.
Mudou algo? O horóscopo que leu e sempre achou correto em suas previsões perde o valor? As decisões tomadas com base nisto mudam?
O quê me impressiona é o fato da VEJA ceder sete páginas e capa à matéria (há outra neste “Especial” com a definição da situação de Plutão, 2 pgs). Para o público de horóscopo o assunto tem relevância e seria simples mostrar a nova tabela e um pequeno resumo, mas sete páginas para algo que não passa de crendice é um desperdício fundamental de papel, tempo e oportunidades.
Somado com as reportagens cíclicas como Carnaval, “Brasil na rota do grandes shows”, “Compras de Natal” e “Isso [um produto da área de informática] irá mudar sua vida!”, temos pelo menos um mês de desinformação por ano.
E não pense que com as concorrentes é diferente.
E enquanto isso os ladrões continuam roubando...