Já falei por aqui da Guerra Civil (aqui).
Fundamental para compreender os quadrinhos da Marvel nesta década, Guerra Civil mostra o perigo da interferência do poder público e de visões unilaterais no universo de heróis.
Peraí!!!???
Como é mesmo?
É o seguinte: nos universos ficcionais de quadrinhos qualquer um pode vestir um uniforme e sair espancando alguém na rua. Esta é a premissa básica de Watchmen (por sinal nosso concurso está entrando no seu segundo e último mês, veja aqui).
Num universo normal alguém iria fazer uma lei de registros e existiria uma agência para treinar os ditos heróis. Isto seria admissível.
O exagero da série é obrigar as pessoas, mesmo quando não exercendo o papel de herói a registrar-se. A edição New Avengers #22, que mostra a prisão de Luke Cage é criada para dar ênfase ao fato que os militares não sabem agir com sutileza e que se enviar um grupo de soldados para buscar um homem sob qualquer custo, possivelmente haverá sangue.
O meu problema com Guerra Civil é [sob o meu ponto de vista, é claro] que o Homem de Ferro estava certo. Heróis não podem surgir a todo o momento e simplesmente acharem que podem salvar o mundo.
Ter poderes, inclusive, tornou a vida de muitos deles infernal.
A série, em si, conduziu o leitor a ficar simpático ao Capitão América e seus Novos Vingadores liderados por Luke Cage. Sou simpático a Cage, pois não acredito que o estado possa obrigar ao registro e nem invadir as casas para prender pessoas que se neguem a isto, mas acho que a partir do momento que alguém se presta ao papel de herói ela deveria ter treinamento adequado e responsabilidade jurídica sobre seus atos.
Pense sobre isto.