Parte da série já havia sido publicado no Brasil pela Editora Abril no início dos anos 1.990.
A HqManiacs começa pela primeira edição norte-americana da série capitaneada pelo sucesso de Alice, o filme de Tim Burton que ultrapassou há muito a barreira do bilhão de dólares.
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Neste último fim de semana li Hamlet, a tragédia de William Shakespeare. Não tenho cultura suficiente para julgar o texto. Até porque o texto foi feito para ser assistido e não lido. Mas isso trás duas coisas à mente. Primeiro é que a versão Classic Illustrated nada mais é do que um resumo feito para avessos à literatura verdadeira e que estão com pressa para fazer algum vestibular, pois a versão não capta verdadeiramente todo o conflito do personagem.
Assim, aconselho a quem comprar as versões de livros refletir bem. Atualmente as adaptações são muitas, já que a Editora On-Line tem sua série e a Abril publicou a versão Disney (feita por italianos) de Alice, além de ter uma série que adapta histórias clássicas para o formato/universo Disney.
Esta segunda série, prometida para ter vinte números já recebeu extensão, ganhando mais dez.
A reflexão se deve ao fato que na adaptação de um livro denso como, por exemplo Moby Dick, que possui mais de 800 páginas no original, para uma história em quadrinhos de 48 páginas, o responsável corta tudo e resume ao máximo. Moby Dick, um tratado profundo sobre a vida no mar, torna-se apenas uma história de perseguição com belos painéis pintados.
A segunda coisa que me vem à mente é que a coleção de clássicos da Editora Abril, apesar de acessível (R$ 14,90) tem um acabamento ruim. A capa dura é coberta com um pano que já está rasgando e não resistirá aos anos. O marcador de seda está desfiando no plástico! Quando li A metamorfose de Kafka, notei que o marcador estava desfiando e com uma tesoura aparei. Leitura rápida, terminei em horas (são apenas 80 páginas) e notei que novamente o marcador estava desfiando.
Com o mercado aquecido com o interesse dos leitores por livros é uma pena que não se tome os devidos cuidados que exigem obras que irão perpetuar-se.
Uma pena.