Na década de 1.990 quando me dei conta do mercado de importados (em 90 em tinha 15 anos) a Devir Livraria foi de fundamental importância em função de um boletim semanal chamado RECADO.
Diferente do atual RECADO que é mais um catálogo dos lançamentos, uma rápida sinopse e os preços, o RECADO de outrora era mais pois oferecia textos que permitiam contextualizar os lançamentos. Alguns como os que abordavam “Infinity Gauntlet” (Desafio Infinito, por aqui) permitiam entender os eventos da série do Surfista Prateado e da mini de Thanos (Thanos Quest), além de deixar claro como a coisa se estendia no Universo Marvel.
Mais do quê saber que a Marvel estava lançando uma série chamada Infinity Gauntlet em seis partes, eu sabia grande parte do desenrolar dos acontecimentos até chegar ali.
A mesma idéia e a mesma livraria/editora aplicou aos RPG's. Se você sabe jogar RPG, agradeça aos investimentos da Devir quando trouxe o GURPS – um sistema genérico – e os consagrados storytelling da White Wolf (Vampiro, Lobisomem, etecetera). O mesmo aconteceu com os card-games com MAGIC, the gathering, amado por uns, odiado por outros.
Em alguns dos RECADOS havia o questionamento que o formato dava lucro. A editora/livraria tinha que custear a impressão do RECADO além de ter um profissional – possivelmente um jornalista que tivesse conhecimento de quadrinhos – e ainda havia o envio. Nos RPG's e card-games tinha o detalhe de ensinar as pessoas a jogar e reuni-las constantemente para promover a marca e efetuar vendas melhores.
Não sei se o formato foi lucrativo para a DEVIR, mas penso que o esforço valeu a pena. Revistas importadas, RPG e card-games estão inseridos no cotidiano dos jovens brasileiros e dada a devida proporção estão acessíveis. Além destes três setores, a livraria/editora ainda tem um tímido departamento de publicação de livros de ficção científica.
Teria este esforço da DEVIR algo a ensinar aos executivos da Panini?