A edição Mulher Maravilha Especial #01 é uma edição de erros. O primeiro é a transferir a conclusão para um especial e não ter planejado com antecedência, deixando claro que a revolu$ão Panini não foi um movimento pensado.
Gail Simone, a autora, desde que assumiu o título da amazona após um início fraco do terceiro volume, vem imprimindo um conceito espada & magia à série, chegando a usar personagens dos anos 1.970 da DC Comics como Beowulf e Garra. A soma dos conceitos tem produzido uma leitura agradável, mas desprovida de muito conteúdo: porrada, explosões, morte e vamos para o próximo número onde veremos porrada, explosões e... morte. Em certo momento parece que a autora e a editora – que permite os acontecimentos – querem levar apenas a princesa amazona novamente ao extremo: anos atrás, numa situação extrema, Diana matou uma pessoa quando o vilão controlou mentalmente o Superman.
O grande problema foi que o ato de Diana quebrando o pescoço do sujeito foi transmitido em rede mundial.
Apesar do traço do atual desenhista, Aaron Lopresti, me ser agradável um ponto positivo para a série, a soma dos negativos pesa, como o segundo erro que é bastante visível: é a profusão de coadjuvantes como os símios brancos, o DAM – mais um departamento –, uma identidade secreta – herança da equipe de produção anterior –, o Steel – numa posição que lembra Nick Fury sem muita personalidade –, o dr Psycho, a Hipólita que voltou dos mortos e a relação com Nêmesis – um namorado, sem efetivamente o ser – torna a série um punhado de colagens são muito definidas.
Este especial que traz as partes 3 a 8 do arco “A ascensão dos Olimpianos” (Wonder Woman volume 3 # 28 a 33) é exatamente isto: muita coisa acontecendo sem que se tenha tempo real de se refletir sobre as coisas.
Surge uma vilã chamada Genocídio com grande poder que humilha a amazona e a Liga, Zeus cria uma nova raça e ilha-nação chamada Thalarion voltada para homens em contraponto com a Ilha Paraíso, Ares – deus da guerra e vilão antiga da heróina desde o reboot em 1.987 – consegue a lealdade de pessoas em Themyscira e Thalarion para prepara seu ataque, descobrimos que Genocídio foi construída por um número de gênios do mal – entre eles Futuro e Professora Minerva – com o cadáver de Diana vindo do futuro (de que maneira?), há um conflito entre Zeus e Kane Milohai, deus a quem Diana havia jurado lealdade arcos atrás, Genocídio após dezenas de páginas esmurrando a tudo e a todos é derrotada e desaparece, Ares tem seu ataque a la Namor – ou seja: com monstros das profundezas dos oceanos – frustrado e é derrotado de forma humilhante.
Com tanto acontecendo teria sido bem mais prudente que a Gail Simone simplesmente tivesse criado dois arcos distintos, ambos de 3 ou 4 partes e seqüenciais, mas preferiu fazer uma confusão de acontecimentos que não torna a leitura nada além de uma grande perda de R$ 14,90.
Mas sinceramente é apenas um arco mais fraco num período bastante equilibrado com a personagem.
Veremos se tudo fará sentido na conclusão da passagem da artista na série.