Trindade: A série ignorada

Depois do sucesso da série semanal “52” e do fracasso de “Contagem Regressiva”, a DC Comics contratou o artista Mark Bagley, famoso por velocidade de produção e por estar à frente de Ultimate Spider-Man durante anos e o escritor Kurt Busiek, o nerd supremo dos quadrinhos para produziram uma série semanal centrada em Batman, Superman & Mulher-Maravilha.

A série veio foi publicado e se foi. No Brasil estamos no #8 (de 13) com os números #29, 30, 31 e 32, por Kurt Busiek, Mark Bagley e Art Thibert (história principal) e Kurt Busiek & Fabian Nicieza, Tom Derenick/ Mike Norton/ Scott McDaniel, e Wayne Faucher/ Ande Parks/ Andy Owens.

A trama reza sobre a união de três vilões contra os heróis, mas devido à uma falha no feitiço cria-se uma realidade em que a trindade não existe, porém desesperadamente o universo tenta retomar a “normalidade”.

A série foi ignorada pelo fandom e mostra mais erros do quê acertos. Busiek tem espaço para mostrar que é nerd, exibindo personagem como o Ranger do Espaço – personagem da Era de Prata sem histórias inéditas há décadas – ou Triunfo – um complexo personagem ligado à Liga da Justiça desde Zero Hora.

No entanto é apenas mais uma história de universos reestruturados, novas realidades, pessoas em papéis curiosos e com a trindade básica elevada de um papel icônico a um status de semi-deuses.

Ninguém se importou com a publicação e logo ela terminará, talvez mais tarde do que cedo, para dar espaço à nova série mensal da DC “A noite mais densa”, que não foi uma série semanal.

Talvez seja um caso único no fandom. Ninguém escreveu longos artigos ou se importou com Trindade. Não elogiaram nem criticaram, simplesmente ignoraram. Parece apenas ter sido mais uma aposta da DC Comics que não deu certo, e que produziu 104 aventuras (cada edição tinha duas) que não tem relevância para ninguém além da meia dúzia de gatos pingados que comprou.

Das 32 edições que li as duas únicas coisas dignas de nota foram a) mais uma crise, que eu chamei de Crise na Anti-Terra – mas que não foi reconhecida pelo fandom ainda como um evento deste porte – e b) o retorno da Tomorrow Woman, um bom personagem que teve um destino breve.

Antes de Trindade, Busiek trabalhou com Vingadores e Defensores para a Marvel; Power Company, Liga da Justiça/Vingadores, Liga da Justiça e Superman para a DC, além de sua série autoral Astro City para a Homage/WildStorm e Conan para a Dark Horse. Após Trindade lançou mais um volume de Astro City – Dark Ages e atualmente trabalha em um projeto para a DC.