Os 10 mais da década - Parte 4

Vamos em frente com a listagem das preferidas

4) Os Supremos de Mark Millar e Brian Hitch – No furor do reínicio da cronologia da Marvel Comics no selo Marvel Ultimate tivemos uma série de reestruturações inteligentes com o Ultimate Spider Man de Brian Bendis e Ultimate X-Men do próprio Millar, mas nenhuma chega à excelência de Supremos que redefiniu os Vingadores, um grupo tradicional da editora como uma força militar dos EUA da Era G. W. Bush.

A série é um acerto só!

Tudo é bem pensado, bem feito, bem desenvolvido. A narrativa é lenta quando tem que ser e rápida quando o texto exige.

Mark Millar pega o melhor dos 40 anos de Vingadores e transforma em algo inteligente, crível. No contexto atual a equipe é simplesmente uma força militar dos EUA, o quê bate com todo o terror pós 11 de setembro que assolou o mundo.

Será que o uso da força se justificaria?

Millar tem idéias claras sobre o que deseja. Interessante que até coisas lógicas como a Ilha dos Vingadores, mas mal utilizadas, funcionam melhor com o autor (pausa: eu não acredito que uma equipe como os Vingadores pudessem viver pacificamente no centro de Nova Iorque). Até de Rob Liefeld Mark Millar roubou a única idéia inteligente que o garoto-problema teve: a equipe como uma divisão da SHIELD.

A série é dividida em dois volumes já publicados no Brasil pela Panini Comics em Marvel Millenium: Homem-Aranha e encadernados, tem vários momentos e intensidades.

No primeiro volume a formação da equipe, a inatividade de uma equipe desde porte, o surgimento de um Hulk selvagem que massacra o centro de Nova Iorque, o confronto deste Hulk com a equipe e a invasão de uma raça alienígena, versão “Ultimate” dos skrull. Não se desanime com as bobagens da mega-maxi-hiper-multi saga de verão da Marvel “Invasão Secreta”, o uso dos skrull em The Ultimates é perfeito inclusive quando o Hulk come – isto mesmo! Come! – um membro da raça!

No segundo volume o descrédito. Descobre-se que o Hulk era membro da equipe, que o Capitão talvez seja um agente infiltrado e que Thor é louco! Sub-plots mostram que Thor, que acredita ser filho de um deus, tem seguidores e prega a paz, está próximo de completar 33 anos, e talvez seja uma boa idéia morrer!

Os EUA são invadidos por uma outra força militar, algo como uma versão do mal dos Ultimates, e descobrimos que Loki está manipulando tudo e todos e que Thor não é louco não!

E nisto tudo, Tony Stark bebe, bebe, bebe e nos intervalos bebe, nem nunca ser retratado como um alcoólatra indesejável.

Belissimamente desenhada, o quê provocou vários atrasos e inclusive gerou um anual importante desenhado por Steve Dillon (Preacher) é a história definitiva de uma força militar no mundo atual. Se existe uma equipe de heróis num universo com super-seres seria assim!

Apesar do excelente conteúdo dos dois primeiros volumes, não aconselho a ler o material escrito por Jeph Loeb para os dois volumes seguintes.