
E para terminar:
10)
Y, o último homem de
Brain Vaughan,
Pia Guerra,
José Marzan Jr. – Tenho resistido para não fazer esta injusta comparação, mas Y – the last man lembra-me
The Walking Dead.
Primeiro, tem uma praga. Segundo, tem personagens fortes que fazem escolhas difíceis. Terceiro, é um road comics (algo como quadrinhos na estrada, em alusão à
road movie).
Houve uma praga que matou a todos os homens do planeta, todos os portadores do cromossomo Y... exceto...
Yorick e seu macaco
Ampersand (o nome do símbolo “
&” –
e comercial – em inglês).
Num mundo onde só há mulheres e muitas estão retornando a um estágio tribalista e territorialista, mutilando seios e assumindo papéis masculinos, não imagino que haja muito espaço para o jovem ator e artista escapista Yorick.

Durante sua jornada para a Califórnia de modo a iniciar um processo de clonagem, ele está com a agente
355 (lê-se 3-55, três-cinquenta e cinco) do
Culper Ring e a
Doutora Mann e se encontra com amazonas que querem matá-lo definitivamente (entre elas sua irmã!), com astronautas russos (a praga não matou dois astronautas que estavam no espaço) e com várias cidades que modificaram seus hábitos.

Vaughan (várias vezes escritor de
Lost) constrói uma trama em sessenta episódios envolvente e que cresce a cada número. Desvenda a personalidade do macho enquanto espécie, os medos, as limitações e as bobagens de Yorick – cheio de citações à cultura pop. Uma das maiores é a tentativa de se manter casto apenas para tentar encontrar sua noiva – que ele não sabia, mas iria romper com ele no início da trama – na Austrália.
Beth foi fazer uma excursão lá e ele aceita colaborar de modo que possa conseguir um avião e ir até o outro lado do mundo, sem ter nenhuma informação se ela está viva ou não.
Diga-me sinceramente, seria justo para a espécie humana ser casto numa situação dessas?
Há tantas citações que um leitor médio seria incapaz de compreender todas – assim como o é a ainda mais complexa
Planetary, que só não está nesta lista por que começou na década anterior.

Com o último número publicado nos EUA em março de 2.008 a carreira de Y, o último homem no Brasil é instável. Logo após o lançamento nos EUA teve dois álbuns de capa dura a
R$ 70,00 (!) pela
Opera Graphica, com os dois primeiros arcos. Quando a
Pixel adquiriu os direitos da
Vertigo passou um ano cimentando um título (
Pixel Magazine) e então começou a publicar do início, deixando o segundo arco incompleto. A
Panini adquiriu os direitos na segunda metade de 2.009 e irá publicar a série em encadernados, tendo já distribuído o primeiro, que faz, assim, sua terceira versão/edição no Brasil. Veremos se completa a série. Apenas para efeito de comparação dos preços da Opera Graphica em 2.009 o encadernado – porém com capa cartonada – estava a
R$ 16,00.
Existem fortes boatos de uma cine-série com a trama.