Hellblazer ou John Constantine Hellblazer é uma série mensal de magia, misticismo, satanismo e idolatria da DC Comics. Iniciou em 1.987 e ainda é publicada hoje, 22 anos depois. Assim é a série do selo Vertigo com a maior numeração.
A DC Comics, assim como a Marvel teve uma longa tradição de quadrinhos de terror nos anos 1.970. Na Marvel temos “A Tumba de Drácula”, Werewolf by Night, Son of Satan, A Múmia. Na DC a concentração era em antologias, mas sempre houve séries de personagens principais como Monstro do Pântano. House of Mistery, Mansion of Secrets, Dark Mansion of Forbidden Love e Elvira’s estão entre as séries de antologias mais conhecidas.
Passado os anos Wes Craven (Pânico, A hora do Pesadelo) fez um filme com o Monstro do Pântano que reacendeu o interesse sobre a criatura, que ganhou nova série. Dois anos depois, Karen Berger, responsável por vários sucessos da editora, fez o contato com o escritor britânico Alan Moore para assumir o título.
Neste período o escritor faz um conjunto importante de colaborações. Cria Watchmen (1.986), A piada mortal (1.987), V de Vingança (1.987), além de várias histórias secundárias que se provariam importantes para a indústria, como a visita do Lanterna Verde Abin Sur em um mundo de prisioneiros, fator relevante para toda a cronologia da atual série Lanterna Verde e válvula propulsora dos arcos “A guerra dos anéis” e “A noite mais densa”.
Num arco da série Monstro do Pântano, Moore cria o mago inglês John Constantine (com as feições do cantor Sting). Constantine nesta fase é marcado pelo terno completo e alinhado, sobretudo e sempre um cigarro nas mãos.
Fez sucesso a maneira como foi introduzido: ele era um personagem bom – à sua maneira – mas manipulava a criatura do pântano numa jornada de auto-conhecimento e descoberta da América mística. A saga “Gótico Americano” foi publicada em 16 partes, numa época em que não havia logos especiais na capa designando o nome do arco e o capítulo. No Brasil a Editora Abril publicou em Monstro do Pântano # 1 a 8.
Constantine ganhou pesquisa em que se sugeria o personagem que tinha que ganhar uma nova série. A DC não hesitou muito e contratou Jamie Delano & John Rigdway para iniciarem a aterradora série mensal.
Visualmente o personagem começou a mudar. Rigdway e todos os artistas mostravam John mais novo, sempre com blazer abertos e gravata raramente fechada (até ser completamente abolida). Uma aparência desleixada que contrastava com o visual adotado por Stephen Bissete e Rick Veitch. Rigdway também tem uma bela colaboração na antologia Hellraiser de Clive Barker publicada na Marvel/Epic e traduzida pela Editora Abril.
Se, visualmente mudou, as histórias do primeiro arco “Pecados originais” (publicados no Brasil pela Editora Abril em Monstro do Pântano e em encadernado pela Devir Livraria) mostram que o personagem era o mesmo, capaz de em seu aforismo máximo dizer “Não diga nada de bom sobre mim. Isto estragaria minha fama”. Delano inclusive é creditado como autor junto com Moore e Bissette.
Neste primeiro arco temos a história Fome onde um colega de Constantine aprisiona um demônio africano da fome e miséria com trágicas conseqüências. Além das pauladas de sempre, primeiro na cultura de derrota dos EUA em relação ao Vietnã; depois no envolvimento de cultos evangélicos em atitudes fascistas, temos também o envolvimento do governo inglês em cultos demoníacos!
Estava cimentada as bases da trilogia de horror moderno da DC Comics (e também as bases do selo Vertigo). As séries que compunham eram “Monstro do Pântano” (1.982), “Hellblazer” (1.987) e “Sandman” (1.988).
Ao apresentar também uma namorada de John e um demônio que o perseguia, também estavam criados os ganchos para as seqüências, que veremos a seguir.
No Brasil toda esta fase, ou seja, Monstro do Pântano – Gótico Americano e Hellblazer: Pecados Originais pode ser encontrada na série “Monstro do Pântano” da Editora Abril Jovem.