Erik Larsen é o herdeiro visual de Jack Kirby, assim como, critiquem-me, Rob Liefeld. Larsen ao meu ver, é melhor.
A primeira história que li dele foi uma aventura dos Renegados, ainda no Milênio, um evento da DC Comics de 1987. Meses depois faria a arte de uma história de Adventures of Superman, durante uma folga do Jerry Ordway.
E só...
Não tive mais contato com o material do desenhista. As séries que ele fez não foram ainda publicadas por aqui e não comprei as revistas originais.
Anos depois, já na década de 1990 ele fez uma série de histórias de um cross-over de Wolverine e Homem-Aranha para a Marvel Comics Presents e depois assumiu alguns números de The Amazing Spider-Man no período entre Todd McFarlane e Mark Bagley. Quando McFarlane decidiu deixa a série “Spider-Man” foi Larsen que primeiro assumiu a série até que saiu definitivamente da Marvel.
Na Image, criou a longeva série The Savage Dragon, onde finalmente pode exercitar sua grande habilidade que é perpetuar as características das histórias de Jack Kirby. Não quero ser polêmico nem reduzir a importância de Jack, a quem tenho profunda admiração e venho adquirindo encadernados recentes que restauram sua obra. Por sinal, por isso mesmo tenho tocado em vários períodos distintos de criação do Kirby e visto que a Fourth World Saga, The Eternals, Captain America e Kamandi seguem certos padrões de roteiros que ressaltam as forças e fraquezas de Kirby. Seus personagens são unidimensionais, ou são bons ou são ruins, ou são puros como forças da natureza ou são malignos como forças da natureza fora de controle. Assim é a obra de Larsen.
A série Savage Dragon deixa claro isto com seus enredos cheios de splash pages, monstros bons, belos maus, raças, deuses, semi-deuses, “She-Dragons”, tiros e ação desenfreada. Lembro que comprei um arco em que Dragon havia morrido (ou desaparecido) e dentro de meia dúzia de página havia surgido uma dúzia de sub-tramas, dois vilões e uma raça nova de semi-deuses, além da divertida possibilidade de Dragon ocupar um corpo feminino.
Apesar de criador e co-fundador da Image, Larsen trabalhou para a Marvel na década de 2000, nas séries The Mighty Thor colaborando com Dan Jurgens, na série The Incredible Hulk pouco depois da saída de Peter David – que o acusou várias vezes em seções de cartas da série, e inclusive chegou a mostrar o Hulk usando uma barbatana para mostrar a origem de algumas idéias de Larsen – e por fim na série Defenders, colaborando com Kurt Busiek – esta série é inédita no Brasil.
Seu personagem Savage Dragon estreou por aqui na Editora Abril em mini-série de quatro edições e depois ganhou série mensal cujas tramas principais remetiam ao primeiro momento da carreira do Dragão na polícia, desbaratando uma conspiração de líder de aberrações. Teve participações em mini-série do WildStar do Jerry Ordway & Al Gordon, uma edição do WildCATS (do evento Image X Month, onde os criadores da editora trocavam de criaturas) e alguns encontros discretos, um com Hellboy e outro com o Superman.
Há algum tempo a HQManiacs Editora, me alegrou bastante com o lançamento da edição especial da origem do personagem e espero que esteja próximo o lançamento de pelo menos uns dois encadernados com histórias do Savage Dragon, por que elas resgatam um pouco da simplicidade de ler quadrinhos apenas por prazer. Suas histórias de arcos curtos e ação desenfreada lembra um período onde ser leitor era mais simples.