A saga do Monstro do Pântano Livro 3


Este volume reúne

The Saga of Swamp Thing
#
Mês
Título
35
Abril/1985
Notícias do Fuça-Radioativa
36
Maio/1985
Notícias do Fuça-Radioativa II
37
Jun/1985
Padrões de Crescimento
38
Jul/1985
Águas paradas
39
Ago/1985
História de pescador
40
Set/1985
A maldição
41
Out/1985
Mudanças sulistas
42
Nov/1985
Estranhos frutos

É a nata da produção. Reúne a parte inicial daquilo que chamamos durante muito tempo de “Gótico Americano” e reedita material que foi visto em Superamigos e os primeiros números da série Monstro do Pântano da Editora Abril.

Aqui vemos pela primeira vez John Constantine (#37) e descobrimos que uma seita está tentando atrair Cthulu, um ser primordial para a Terra, explorando as energias de Crise nas Infinitas Terras. Para tanto a Brujeria passa a se valer de histórias de vampiros (#38-39), lobisomens (#40) e misticismo vodu, com direito a zumbis (#41-42), para espalhar boatos e colher energias. Ao fundo, em algumas edições, notamos um céu vermelho que funciona bem, dado o tema de terror das aventuras, mas é tão sutil que nem percebemos que o Universo DC estava sendo reestruturado.

Constatine era um jovem inglês amoral e que flertava com magia. Naquele momento parecia um lorde com a face do Sting. Manipulador, queria usar Alec para fazer frente a Brujeria, nem sempre conseguindo plenamente. Em algum momento pensei em um lorde inglês entendiado que flertava com punks, drogas e magia.

Moore conseguia narrar histórias antigas com incrível criatividade e força. Se as edições que relatam os acidentes radioativos parecem um pouco panfletárias passados estes trinta anos, se a edição #37 não acrescenta muito além da habilidade de regeneração e transporte instantâneo, ainda que imensamente importante para o personagem, é nas edições seguintes que o autor nos surpreende ao mostrar vampiros embaixo d'água – elas não são “águas correntes” como aprendemos nos velhos filmes da Hammer – ou vai além, quando mistura tradições indígenas, misoginia, ciclo menstrual e licantropia. Depois usa a habilidade para transformar o cenário de uma novela em uma vingança entre almas que não descansam. É necessário observar o contexto: as revistas de fofocas certamente dariam espaços para o ocorrido e os boatos alimentariam a Brujeria.

Faltando ainda três edições agora (uma para o final de “Gótico Americano”, uma para a prisão de Abby e o conflito em Gotham e outra que narre o período no espaço), já tenho saudades daquele período da série – e, por extensão da indústria – onde tudo parecia ser possível.

Uma série memorável e que merece ser lida e relida.