[Trama]
A
viagem para Washington continua e a tensão cresce. Maggie
tenta o suicídio pela perda da família. Salva do enforcamento por
Glenn, Abraham decide matá-la antes que se torne um
andarilho, dificultando a possibilidade de salvá-la. Ele briga com o
grupo e Rick tem que ameaçá-lo com uma arma. O clima não
fica amigável entre eles.
Pouco
à frente, Rick e seu grupo se aproximam de sua cidade de origem e
ele decide retornar com Carl e Abraham para resgatar algumas
armas, mesmo sem confiar no sargento. Lá encontram Morgan, um
dos primeiros sobreviventes da série – lá do primeiro
encadernado.
Apesar
de fortes diferenças de opinião Abraham e Rick se unem e no retorno
se deparam com uma horda. Conseguem fugir e chegar a tempo de avisar
ao agrupamento sobre o ataque. Dale, que havia encontrado uma
nova fazenda, onde acredita ser possível viver algum tempo, fica
insatisfeito com a nova fuga.
[Opinião]
Publicado
em outubro de 2012, exatamente quando a série de TV baseada nos
quadrinhos retomava para a terceira temporada, O que nos tornamos
reúne as edições The Walking Dead #55-60. As edições
que compõem o encadernado eram do momento em que a série completou
seu quinto ano de publicação nos EUA, mas atualmente havia uma
diferença de cerca de quatro anos em relação ao Brasil – mais ou
menos 50 edições, sem muita precisão. Na capa da edição #56
americana temos um shot do grupo atual: Rosita,
Abraham, Michonne, Eugenne, Maggie,
Glenn, Andrea, Billy, Dale, Ben,
Rick, Carl e Sophia. Falta apenas Morgan
que entraria até o fim do encadernado.
A
trama é fortemente centrada na tentativa de Rick em se recuperar da
perda da esposa e da filha. Por isto dá espaço para uma narrativa
de enfrentamento contra Abraham e, na extensão, foca nos
enfrentamentos entre os personagens. Em um momento Michonne fica
feliz que Rick tenha recuperado a iniciativa, mesmo que o próprio
ainda não tenha se perdoado.
Abraham
narra a sua versão da perda da família. Ele e a família se uniram
a um grupo de sobreviventes do bairro. As mulheres foram estupradas
coletivamente e quando teve a oportunidade o sargento matou os
culpados. A família assistiu e ficou com medo dele. Decidiu ir
embora. Abraham os seguiu e os encontrou mortos por zumbis. Abraham
se apresenta com um personagem frágil quando na intimidade e em
envolvido em um romance com Rosita – que ainda não mostrou
exatamente a que veio e é certamente a personagem mais estereotipada
da série, algo como “a chicana namorada de militar”. Eugene
parece ter algum conhecimento e nota o curioso estado de um zumbi sem
energia para se arrastar e atacar – este detalhe não é
aprofundado mas Kirkman faz questão que alguns personagens
concordem. Mas Andrea não acha o mullet do cientista
convincente…
Finalmente
a teoria da horda – um grupo de zumbi andando a esmo
atraídos um som – é validada. E retornaria algumas vezes na
série.
De
resto a tentativa de suicídio de Maggie, a reação de Sophia que
tinha a garota como mãe, o comportamento bizarro de Ben e Billy –
os gêmeos, e a insatisfação de Dale em mudar-se novamente. Ele
responsabiliza Rick por isto. Pode ser a reação natural de um velho
cansado e ranzinza ou pode ser o início de um ódio maior. Só o
tempo e Kirkman dirão!
No
entanto, passa a ser uma constante a questão da fuga: fugiram das
cidades, da fazenda de Hershell, da prisão, estão nas estradas.
Eles sempre estão fugindo. Talvez em breve decidam que existe um
lugar em queiram ficar em permanente. Que vala a pena cercar e chamar
de seu.
Os
mortos-vivos volume 10: O que nos tornamos.
Texto de Robert Kirkman, lápis e finais de Charlie Adlard
e tons de cinza Cliff Rathbur. HqM Editora, outubro de 2012.
ISBN 978-85-998-5956-8.