Desde A morte doCapitão Marvel, quando Jim Starlin se curou do trauma da
morte do pai, vítima de câncer, parece que os autores estão
passando mensagens em suas narrativas. Algumas são evidentes e
outras se tornam apenas quando esmiuçamos a vida deles. Não sei por
que fico com esta impressão quando leio esta obra.
Em Sweet Tooth o
mundo foi devastado por uma praga. As pessoas morrem e as crianças
nascem com características animais.
Gus, um inocente
garoto com características de cervo, é levado por Jepperd
para um local onde através de hipnose o estudam, depois de haver um
grande suspense se o dissecariam ou não. Os responsáveis creem que
ele é o primeiro híbrido e que em suas memórias estão segredos
que permitam a sobrevivência da raça e as respostas sobre a origem
da praga.
Ao mesmo tempo temos uma
narrativa secundária de nos conta a história de Jepperd e suas
motivações para capturar e entregar Gus. Parece que ninguém é mau
realmente, apenas um mundo sombrio o deixou assim.
Ainda não gostei do
traço de Jeff Lemire (texto & arte), continuo achando seu
texto mediano, mas confesso que sua narrativa é interessante, ainda
que cheia de lugares comuns. Talvez fazer esboços para um artista
mais talentoso fosse sua real função no quesito arte da série.
No final fico com a
impressão de que Sweet Tooth é para uma audiência mais madura que
sabe que zumbis são fisicamente impossíveis, mas essencialmente
narra uma história semelhante à The Walking Dead, onde o foco é a
sobrevivência após um holocausto, a luta das pessoas comuns, a
percepção dos pés de barro de nossos heróis e o surgimento de
“autoridades” que nos dizem o quê fazer, como fazer e quando
fazer.
Com um traço pobre e
texto enxuto pode ser lido rapidamente de um fôlego só.
Reúne Sweet Tooth
#6-11/2010 em 148 páginas por R$ 19,90.