Dylan Dog #02: Jack, o estripador

A segunda edição de Dylan Dog apenas ajuda a cimentar alguns clichês da série: um caso que a Scotland Yard ridiculariza, o investigador do pesadelo é contratado, seu secretário faz diversas piadas em momentos inapropriados, o investigador transa com a cliente e naquele início há um deus ex machina que o salva no momento final.

Aqui, após a “convocação” de Jack, o estripador em uma sessão espírita os presentes são assassinados um a um. A suspeita é Jane Sarandon, enteada da primeira vítima, que alimentando o boato de ser um crime sobrenatural contrata Dylan Dog para inocentá-la.

A história flui bem e temos espaço para o Inspetor Bloch, que já havia aparecido brevemente no primeiro volume. Bloch deixa claro que lamenta a saída de Dylan da polícia. O Inspetor também não se furta a permitir que o ex agente tenha acesso a locais e informaçõe privilegiadas.

A capa de Claudio Villa é bem construída, apesar de não gostar tanto da arte interna de Trigo. O roteiro de Sclavi não consegue ser surpreendente em nenhum momento, ainda que as tiradas de Groucho sejam divertidas. Talvez o revelador seja o fato de que um personagem Bonelli tenha vida sexual, afinal quando pensamos em personagens da editora italiana vem à mente imediatamente Tex, que não faz menção ao assunto. Invariavelmente Dylan Dog é contratado por uma cliente e invariavelmente transa com ela. É uma boa fórmula, mas corre o risco de ser previsível e de abrir espaço para que ele seja manipulado.

Com episódios de trama fechada vamos construindo uma mitologia em torno do detetive: o clarinete para ajudar a pensar, o gosto por filmes de terror (sim, novamente ele leva a cliente para ver um filme inapropriado à ocasião) e uma ponta de sobrenatural mesmo quando o caso nada mais é do quê um crime comum.

Divertido.

Dylan Dog #02, Record, 1991.

Dylan Dog – Editora Record
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#03
Jack, o estripador
As noitas da lua cheia