A trama é bem simples.
Anos depois da destruição de Krypton uma deusa aprisionada é
libertada e vem para Terra em busca do último kryptoniano vivo. Ao
chegar aqui, em um primeiro momento, acredita que o Superman é
um deus e deseja se acasalar com ele. Mas logo percebe que o herói é
mortal e então busca destruí-lo.
[Comentários]
Walt Simonson é um
excelente autor, meio perdido nos anos 1990-2000, e consegue fazer
uma história inteligente com o homem de aço que faz referências ao
passado de Krypton, ao deus
Rao e toca levemente no fato de que Kal El é um
descendente local do deus sol, sem maiores consequências no texto,
mas deixando claro o caráter messiânico do herói.
A graphic novel
usa elementos da cronologia padrão (o casamento com Lois Lane,
a morte dos kryptonianos do Universo Compacto, Lex Luthor)
sem a necessidade de textos explicativos e sem obrigar ao leitor
fazer uma busca para entender as referências.
A arte dos Hildebrandt é
adequada e alterna entre um frio e gélido azul e um quente vermelho
nas páginas finais.
Há certamente sequências
meio pudicas demais como quando Clark troca de roupa no banheiro
feminino avisando a Lois que o banheiro está vazio, e a esposa
questiona se ele usou a visão de raio X. Ele responde que usou a
super-audição. A participação de Luthor é a esperada para o
personagem. Ele tenta se aliar à Cythonna, a deusa, mas ao
ser subjugado e perceber que ele é um mal maior do que o Superman,
decide ceder uma arma a ele – um fragmento de kryptonita.
É uma história
divertida, bem feita, simples e auto-contida, algo que falta na
cronologia do herói. Por isso aconselho a buscar nos sebos a edição
da Mythos Editora (2003) ou da DC Comics (1999).