Conhecer e seguir as
aventuras da Sociedade da Justiça, criada antes nos anos
1940, mas efetivamente considerada pelo fandom como apenas uma
versão alternativa da Liga da Justiça, sempre foi um deleite para
mim. A série JSA e a série subsequente Justice Society of
America volume 3 estão entre as melhores séries na área de
quadrinhos de heróis, com inegável valorização da família como
base para estruturar um indivíduo.
Quando houve a
reformulação de 2011 (Os Novos 52) a DC Comics
instituiu que o primeiro, e ênfase em primeiro, herói foi o
Superman e ponto. Assim, a Sociedade não poderia existir.
E não existiu.
Cerca de um ano depois de
iniciado o projeto Os Novos 52, a DC lançou a série Earth 2,
escrita por James Robinson (Starman) e com arte de
Nicola Scott. A série inicia com o “santíssima”
trindade da editora Superman, Batman e Mulher-Maravilha
sacrificando-se para encerrar a guerra com Apokolips, uma
versão alternativa para os eventos da série da Liga da Justiça,
sacramentando em definitivo a futura equipe como uma versão da
equipe amplamente conhecida.
Cinco anos depois uma
nova ameaça paira sobre o mundo e a Terra passa a escolher seus
novos campeões. Um adolescente torna-se o Flash
após herdar a velocidade do
deus Mercúrio, um executivo de telecomunicações
torna-se o Lanterna Verde e descobrimos que o exército tem
mantido entre seus quadros algumas “maravilhas” - wonders
no original, fugindo do “marvels”, mas com objetivo
idêntico – como a Hawkgirl e Atom.
E neste primeiro momento
estes campeões, ainda não um grupo unido mas uma série de novas
maravilhas que não tem controle sobre suas habilidades, tem que
enfrentar uma criatura chamada Grundy – numa trama por
demais semelhante às tramas da série Swamp Thing, mais do
que eu gostaria de admitir.
De pano de fundo a
transposição de Powergirl e Huntress – filha de
Batman daquele universo – para a “Terra padrão” da DC Comics,
invertendo posições com o Sr. Incrível
que foi da Terra padrão para a Terra 2; o uso do Sr.
Incrível da Terra 2 como um vilão para a série e o uso de uma
organização da nível global (bem semelhante a SHIELD,
especialmente na obediência a superiores mostrados apenas como
insensíveis rostos em tela ditando ordens).
Divertida, empolgante e
bem famosa em função da opção sexual do Lanterna Verde daquela
dimensão, Earth 2 é sobre um grupo de maravilhas que terão que
aprender como trabalharem juntas para salvar novamente a Terra.
Funciona e é de longe o
melhor material que li de Os Novos 52, superando os bons materiais
escritos por Scott Snyder (Batman, Swamp Thing) e até
mesmo a releitura de Grant Morrison para o Superman (Action
Comics).