Stormbringer é
uma coletânea de quatro noveletas de Michael Moorcock que tem
como personagem principal o último Imperador Feiticeiro de
Melniboné, Elric de Melniboné. A primeira edição
da coletânea data de 1.965, publicada no ano seguinte ao
encerramento do ciclo. É comum nos trabalhos de Moorcock que ele
revise o trabalho quando publicado em um novo formato, assim o livro
A espada diabólica (Livraria Francisco Alves Editora, 1975)
tem uma versão mais curta da história.
O livro é composto pelas
noveletas Dead God's Homecoming, Black Sword's Brothers,
Sad Giant's Shield e Dommed Lord's Passing. Esta
segunda noveleta foi publicada em Science Fantasy #61,
em outubro de 1.963.
A trata geral é sobre um
conflito armado sobre oriente e ocidente e sobre o uso de magia em
ambos os lados, desequilibrando a balança que equilibra as forças
naquele universo.
Temendo a ameça das
forças orientais de Pan Tang e especificamente Jagreen
Lern que conjurou e “domina” os Duques do Inferno,
Elric de Melniboné tenta criar uma união entre os
reinos ocidentais, à qual os sulistas resistem e não aderem.
Percebendo as forças do
Caos agindo e influenciado as batalhas, Elric teme que esta seja uma
guerra definitiva que fuja do escopo humano e passe para os plano das
forças elementais do universo. Ele teme que esta seja a luta
definitiva entre Caos e Ordem.
Disposto a fazer alguma
diferença, Elric e Mooglum partem para a Ilha dos
Feiticeiros para invocar a ajuda dos White Lords de modo a
enfrentar o teocrata, mas recebem um aviso de Sepiriz de que
poderá utilizar os irmãos de Stormbringer, a sua espada
vampira de almas, na luta contra os Lorde do Caos invocados por
Jagreen Lern, Arioch – seu próprio demônio-patrono -, Balan e
Maluk.
[Comentários]
Irmãos da Espada Negra!?
Como assim? No texto não há citações diretas ao multiverso
ou a outras dimensões, mas ao se conhecer o trabalho de Moorcock,
uma das primeiras coisas apresentadas é o uso do multiverso, uma
série de dimensões gêmeas interligadas ou não. Aqui o que
acontece é que Elric convoca bilhões de Stormbringers do multiverso
para enfrentarem os Lordes do Caos.
O episódio é bem
escrito apesar de já se perceber alguns clichês de Moorcock: deixar
um recado com um feiticeiro, um mago, um profeta, um mensageiro para
alcançar Elric. Numa terra sem telefones e sem internet é um método
bem eficiente, mas estranha-se que em um época de guerra o príncipe
albino creia nestas pessoas.
A noveleta estende as
dores e sofrimento de Elric na ausência de Stormbringer, o quê é
bom para a narrativa ao não exibir um “herói” infalível
fisicamente. Moralmente nem se fala, já que novamente Elric quebra
uma promessa, aqui com boas razões: uma armada derrotada à qual
jurou auxílio não recebe o prometido, por não ser possível
corrigir a derrota e poderia enfraquecer os exércitos de Elric.
Outro detalhe que não
passa desapercebido é que a luta entre estas forças marcará o fim
desta era de mesma maneira em que acontece no fim de O senhor dos
anéis. É uma luta definitiva e a humanidade poderá tombar ante
as forças que estão se digladiando. O Caos já está com uma grande
vantagem sobre a Ordem e a balança está desequilibrado em seu
favor. Conseguirá Elric e seus aliados derrotarem as forças humanas
e as forças do Caos que estão em ação?
Fora isso fica um pouco
incômodo para o leitor iniciante o surgimento dos irmãos de
Stormbringer, sacados como um deus ex machina do bolso de
Moorcock, que funciona, mas incomoda em igual proporção. Afinal o
grande avanço da história é o envio dos Lorde do Caos para sua
dimensão de origem, só possível graças à intervenção das
lâminas do multiverso.
As imagens que compõem
este post são da série Elric: Stormbringer (1997)
escrita e desenhada por P. Craig Russell e publicada em sete
números pela Dark Horse/Topps Comics.