Estava
inaugurada oficialmente The Satellite Years, regidos no início
pelo semi-onipresente Denny O'Neil e com arte de Dick
Dillin e finais de Joe Giella. O'Neil seria responsável
pelo reposicionamento de vários personagens da editora, entre eles
Superman, Lanterna Verde & Arqueiro Verde e Mulher
Maravilha. Era, na visão de Schwartz, uma maneira de contar
histórias que iriam atrair jovens; ou seja: contratar um jovem que
pudesse expressar nas revistas em quadrinhos os anseios da população
daquela faixa etária.
Ao
transportar os heróis para o espaço, O'Neil passou a utilizar
alienígenas como ameaça ao planeta, mas geralmente utilizando-os
para criticar hábitos da indústria, dos políticos, dos empresários
e principalmente do ser humano comum.
Justice
League of America v1 #78 (fev/1970 – usarei sempre a “cover
date”, a data
de capa, mas que fique claro que esta é a data
de recolhimento das edições, que em geral eram distribuídas quatro
meses antes) – “The coming of the doomsters” &
#79: “Come slowly death, come slyly!” (mar) - O
Arqueiro Verde é apresentado ao novo quartel general da equipe,
criado com tecnologia thanagariana, fornecida pelo Gavião Negro:
um satélite a 22.300 milhas acima dos EUA e em órbita fixa,
acessível através de tubos de transportes espalhados pelas cidades
natais dos heróis que compõem a equipe.
Na
primeira aventura deste período, uma trama ecológica: fábricas
estão produzindo poluição –
apenas poluição!
- e o Vigilante, o
cowboy
motorizado, alerta a equipe que descobre a raça dos DOOMSTERS
– nativos de Munsan,
sistema Sirius –
hoje reduzido às cinzas.
Superman
e Lanterna Verde
vão ao planeta e encontram um sobrevivente que narra a história do
Líder Chokh,
que deseja destruir outros mundos com poluição. Arqueiro Verde
começa a cantar a recém viúva Canário Negro.
Hawkman & Green Arrow já se estranhavam! |
Nesta
edição a equipe é convocada para resgatar
alguns escoteiros através do monitor de missões, em um estilo bem
semelhante ao visto na série animada SUPER FRIENDS.
Na
edição seguinte (#81,
junho) a história Plague of the galactic Jest-Master
conclui as tramas iniciadas em Atom & Hawkman
e na edição anterior, mas
não se nota uma unidade real entre as aventuras, coisas inclusive
comum naquele momento da indústria.
Gavião Negro e Elektron levam Jean Loring
– aparentemente louca (áh!
se eles soubessem o futuro da moça... mas estamos nos adiantando)–
para Thanaghar, onde
encontram a população local enlouquecida graças ao Jest-Master,
um alienígena que supostamente estaria testando
as civilizações enlouquecendo-as
e já havia destruído alguns planetas naquele setor.
Veja
bem que era um recurso
frequente nos anos 1.960/70, quando uma série acabava, se houvesse
alguma trama inconclusa esta era transferida para outra série que
terminaria a história e
Loring enlouqueceu na série
da dupla de heróis, recém cancelada.
Pouco
após a aterrissagem o
Gavião Negro e Elektron
enlouquecem também, e
os Guardiões da Galáxia,
que já haviam perdido alguns Lanternas naquele setor e
estavam monitorando a situação,
convocam a Liga da Justiça. Esta trama já é paralela à passagem
de Denny O'Neil & Neil Adams
em Green Lantern/Green Arrow
e já mostra o trio
Lanterna, Arqueiro e Canário afastados da equipe.
Os heróis conseguem derrotar o Jest-Master e Jean Loring é curada.
Noverão norte-americano o novo cross-overentre Liga da Justiça & Sociedade da Justiça,
nas edições #82
(Peril of the Paired Planets)
e #83 (“Where
valor fails... will magic triumph?”).
Descobrimos que o acesso entre as Terra-1
e Terra-2 só fica
disponível durante 21 dias, e o alienígena Creator²
captura o androide
Tornado Vermelho para
utilizar os poderes dele para alinhar e atrair as duas Terras,
destruindo-as no processo, e assim
criar
uma nova.
Ele
utiliza armas que, ao capturarem os membros da
equipe da Terra-2, derrotam
os heróis equivalentes
na Terra-1, ao mesmo tempo de milhares de pessoas veem “fantasmas”
de suas
contrapartes.
No decorrer da trama, Canário Negro,
desconhecendo a verdade, acredita que ela
é a responsável e planeja
voltar para sua Terra de
origem, mas procurar
aguardar a ações dos companheiros.
Volta
a aparecer a mensagem ecológica de O'Neil no discurso do vilão, que
não se preocupa em destruir dois mundos: “HOWEVER,
I HAVE STUDIED THEIR HISTORY-- A CHRONICLE OF WAR, SLAVERY,
BRUTALITY, UGLINESS... SURELY CIVILIZATION LOSES NOTHING FORM THE
DESTRUCTION OF SUCH BARBARIANS!”.
Belíssima justificativa!
Como
o título da segunda parte deixa claro, a magia interfere e vence a
parada. Sr.
Destino invoca o
Espectro que consegue
conter a separação das Terras, enquanto Destino e Thunderbolt
(o gênio de Johnny Thunder)
destroem a nave do Creator². Infelizmente, aparentemente, Espectro é
destruído no processo! Será?
Nem o Arqueiro Verde
acredita realmente nesta possibilidade.
Na
edição #84
(novembro), temos “The devil in Paradise!”
escrita por Robert Kanigher,
onde um recém ganhador do
Prêmio Nobel usa os
fundos para criar uma arma
de destruição em massa,
pretendendo criar uma NOVA TERRA. Sem maiores novidades além do fato
de que a equipe foi premiada
com um
Nobel por valiosas contribuições à humanidade.
Em
seguida temos um GIANT JUSTICE LEAGUE OF AMERICA, a edição
#85 (nov-dez/1970) que republica The fantastic fingers of
Felix Fausto (Justice League of America #10, março/62) e One
hour to doomsday (#11, maio/62), além de uma história de
Mystery in Space #8 (jun/jul 1952) Knights of the galaxy.
Mas
o ano realmente termina com Earth's final hour! (#86,
dez/1970), mais uma aventura ecológica desta vez disposta a deixar
claro aos leitores que o plâncton dos oceanos é parte vital para o
nosso ecossistema e que os empresários são seres temerários,
inescrupulosos e gananciosos. O vilão da vez foi Theo Zappa,
the Zapper, que depois de descobrir que o planeta Kalyarna
passou dificuldades após perder seu plâncton, planeja sugar e
armazenar o plâncton nos oceanos terrestres e chantagear a Terra, e
por extensão Kalyarna que também necessita do produto.