Toda vez que penso que as hq's norte-americanas vão crescer e ter acontecimentos semelhantes à nossas vidas alguém me puxa o tapete. Aqui uma traição gera uma viagem para os reinos fantásticos no interior da selva amazônica.
Naturalmente ouço meu
próprio inconsciente dizer que se quisesse a vida real não iria
procurar quadrinhos de heróis norte-americanos, mas não vejo nada
demais em os personagens terem um pouco mais de coerência e menos o
“choque do novo”.
Sword of the Atom
é um plano de Jan Strnad (texto) & Gil Kane
(arte e co-edição) em reposicionar o personagem Atom
(Elektron, no Brasil) no multiverso DC.
Minissérie em quatro partes, lançada em 1.983, quando a editora americana estava realmente tentando repaginar seus personagens antes de uma reformulação que viria a acontecer em 1.987, mas em função de acontecimentos de 1.985-86 – a Crise nas Infinitas Terras – a série é interessante sim, mas pode ser resumida de forma brutal e incômoda, o que poderia afastar possíveis interessados.
Minissérie em quatro partes, lançada em 1.983, quando a editora americana estava realmente tentando repaginar seus personagens antes de uma reformulação que viria a acontecer em 1.987, mas em função de acontecimentos de 1.985-86 – a Crise nas Infinitas Terras – a série é interessante sim, mas pode ser resumida de forma brutal e incômoda, o que poderia afastar possíveis interessados.
Ray Palmer (o
Atom) tem problemas com a esposa Jean Loring, advogada de
sucesso, e ele um cientista envolvido com pesquisas que chega a usar
o capital da esposa para compra de equipamentos científicos,
retirando da família certos confortos. Ou seja um problema moderno:
homem à sombra da esposa.
Notando o
distanciamento e tendo encontrado-a nos braços de um concorrente
(outro problema moderno), Palmer resolve fazer uma viagem de pesquisa
no interior da Amazônia brasileira (dar um tempo elevado à
enésima potência), mas o destino faz com que o avião caia e ele,
que durante a viagem havia acionado o mecanismo encolhedor para
enfrentar traficantes de cocaína, fica preso ao tamanho de seis
polegadas, após uma tempestade queimar o mecanismo.
Então temos um misto
de Gulliver e Conan, o bárbaro – daí o Sword do
título, sinal do apego da série à sword & sorcery em
contraponto ao padrão de superciência das séries do Atom. Um apego
à s&s apenas visual, diga-se de passagem, mas a existência de
Gil Kane na arte favorece o apego. Kane foi um dos artistas da série
Conan, the barbarian da Marvel Comics.
Encontrando um povo
mínusculo, Atom cruza com a Princesa Laethwen, o monarca
Caellich (pai da moça), Taren (o amor da princesa, mas de
uma casta diferente) e a cidade de Morlaidh, criada com
tecnologia alienígena, mas cujo povo sem contato com o planeta de
origem a cada geração fica mais bárbaro.
O roteiro geral no
reino “místico” é simples: o conselheiro real – Deraegis
– aconselha mal o rei tencionando torná-lo impopular, responsável
diante aos olhos do povo por atrocidades cometidas por seus
comandados. O conselheiro chega a libertar Atom e Taren das arenas,
onde o herói consegue a vestimenta alterada, para dar vazão ao
levante popular. O objetivo do conselheiro é acionar novamente o
ancestral equipamento e conseguir o poder para si após a queda de
Caellich.
A história é básica
e não há uma gota de surpresa no desenrolar, mas como quase todos
os quadrinhos do passado é contada de forma ágil e simples, com
longas páginas de flashbacks a cada edição para explicar
tudo que aconteceu nas edições seguintes. Assim, mesmo se um leitor
compra a última edição ele não terá dúvidas sobre o quê
aconteceu na série.
A edição termina com
Atom retornando ao tamanho padrão e no processo perdendo o caminho
para Morlaidh, deixando para trás a princesa Laethwen a quem já
estava apaixonado (após a morte de Taren) e era correspondido. Na
verdade, na última página Palmer está pronto para confrontar Jean
Loring que veio resgatá-lo em Manaus. O quê acontecerá ao
casamento do cientista?