Lançado em 1.864, este romance de aventura infanto-juvenil de Jules Vernes, o translado Júlio Verne, é uma emociante narrativa de como o geólogo dr. Otto Lidenbrock e seu jovem sobrinho, Axel, após encontrarem um escrito de comprovação científica duvidosa do sábio Arne Saknussemm, iniciam uma viagem ao centro da Terra, seguindo pelo pelo vulcão inativo Sneffels na Islândia, com o auxílio do nativo Hans, um experiente caçador.
Como cientista Lidenbrock gostaria de comprovar os enganos da teoria de um fogo que arde no centro do planeta – coisa, por sinal, que não cai por completo.
Talvez temendo perder qualquer base científica, Verne, não nos presenteia com toda uma civilização subterrânea, mas sim, com rápidos lampejos de animais anti-diluvianos, especialmente aquáticos, e um rápido vislumbre de um ser humano ancestral vivo; ainda que tenha encontrado muitos cadáveres mumificados.
Para o fã de quadrinhos, percebe-se facilmente o livro como fonte de inspiração para Mike Grell, criador de Warlord (o Guerreiro, no Brasil, publicado no século passado pela EBAL e Abril). Além do descontrole de uma bússola, do fato de adentrar um buraco no globo e encontrar uma civilização e iluminação própria não baseada na estrela mãe, a localização da entrada para a aventura no vulcão Sneffels é uma sombra projetada pela montanha Skartaris – nome da Terra fantástica criada por Grell. Haja sutileza!
O romance, recém disponível no Brasil em edições portuguesas da RBA encontradas em banca com a clássica capa que sintetiza numa só ilustração todas as Viagens Extraordinárias é um acerto para o público que encontra as primeiras letras: não tem violência, não há palavrões, não há menção a sexo e entusiasma o leitor de qualquer idade. Eu, aos 36 anos, li a edição de 268 páginas praticamente num fôlego só.